Como mais de 30 títulos na carreira e com seis medalhas olímpicas consecutivas, o técnico Bernardinho tem propriedade para falar sobre vôlei mais do que ninguém. Neste ano, entretanto, não irá vivenciar algo que já estava acostumado: participar da Olimpíada. Após deixar o comando da Seleção Brasileira de Vôlei em janeiro de 2017 - substituído por Renan Dal Zotto, o treinador verá a competição de Tóquio deste ano de casa. Entretanto, segue sendo um grande observador e palpiteiro sobre as possibilidades de medalha da nossa seleção.
Bernardinho recebeu o Superesportes minutos antes de palestrar para mais de duas mil pessoas no Magnext, evento organizado pela Mongeral Aegon durante as festividades de 185 anos da seguradora. A empresa é a terceira mais longeva em atividade contínua no Brasil. Fica atrás apenas do Chá Mate Real (1834) e do Diario de Pernambuco (1825).
O treinador avaliou como positivo o ciclo olímpico do Brasil e do ‘bônus’ que a seleção masculina ganhou para Tóquio. “Primeiro, acho que o ciclo ‘voou’. Parece que foi ontem e estamos apenas há seis meses da estreia do Brasil. Acho que fizemos um bom ciclo. E ainda tivemos um ‘bônus’, que é a vida do Leal. É um bônus importante um jogador dessa qualidade que vem agregar a uma base que foi campeã em 2016. Teve poucas modificações. Teve a saída do Serginho. Os centrais e os levantadores são os mesmos… É uma base que chegou ao topo e manteve um bom quadriênio. Algumas contusões, mas que já estão todos recuperados. Então acredito que sim no Brasil, tanto no masculino quanto no feminino”, disse.
Nascido em Cuba, Yoandy Leal foi convocado por Dal Zotto pela primeira vez em maio de 2019 para a disputa da Liga das Nações - a Rússia levou o título e o Brasil terminou em quarto lugar. O ponteiro fez sucesso no Brasil defendendo o Cruzeiro e conquistando 25 títulos. Atualmente defende o Civitanova, da Itália.
Atualmente treinador do Sesc-RJ, Bernardinho também opinou sobre a seleção feminina. “O time feminino teve alguns percalços neste último ano muito por questões física. Mas tenho acompanhado a Superliga, já que eu dirijo o Sesc, aqui no Rio de Janeiro. Jogadoras como a Thaísa, por exemplo, voltaram ao auge físico e outras mais também. Eu tenho certeza que, tanto o time masculino quanto o feminino são candidatos a medalhas olímpicas. Tenho plena convicção que são candidatos”.
Mas qual a cor da medalha, Bernardinho? “Como torcedor, eu espero o ouro. E eu acho que tem chance. Mas é óbvio, na Olimpíada tem muito equilíbrio”, finalizou.