Em ações isoladas, as jogadoras da seleção brasileira feminina estão, pouco a pouco, reivindicando pelos seus direitos e se pronunciando sobre a demissão da técnica Emily Lima na última semana. A primeira delas foi a atacante Cristiane. Depois, a volante Francielle seguiu seus passos. Nesta quinta-feira, mais uma. Após 18 anos defendendo a seleção, a meia Rosana anunciou seu desejo de não defender mais o time nacional.
"Diante das circunstâncias e adversidades dos últimos acontecimentos, sinto que as atletas não têm voz, e querer expor um ponto de vista, mexe com a vaidade e ego de muitos. Muito se pede para que as atletas se manifestem e reivindiquem. E sim, acho que deveríamos fazer isso, mesmo depois de uma tentativa fracassada como no pedido de permanência da comissão da Emily", afirmou a atleta, se referindo a uma carta redigida por 24 das 26 jogadoras para o presidente da CBF Marco Polo Del Nero solicitando a permanência da comissão da técnica.
Em seu pronunciamento, afirmou entender a decisão de atletas que optem por não se pronunciar sobre o caso, mas exaltou a força que podem ter fazendo disso uma ação conjunta. "Entendo que muitas meninas ali, junto com os seus familiares têm um sonho. E protestando algo, têm medo que esse sonho seja abortado abruptamente, por não saberem a força que teriam juntas", disse.
Retaliação
"Sempre me posicionei, por vezes, somente internamente, outras em público. Me posicionava, porque sempre pensava no que eu poderia ganhar e não perder. Sim. Sofri retaliação, e o sonho ficou no modo abstrato. Mas deixei de ser conivente com o "errado"! E é por isso, que estou abdicando mais uma vez de um sonho. Não temos força e nem voz. E isso, um dia cansa!"