Cristiane foi somente a primeira. Após a demissão de Emily Lima, a volante Fran, do Avaldsnes, na Noruega, e há 12 anos defendendo o time nacional desde as categorias de base, seguiu os passos da atacante e anunciou na manhã desta quinta-feira que não jogará mais pela seleção brasileira feminina de futebol. Em pronunciamento, criticou a demissão da comissão técnica de Emily e também a decisão pelo retorno de Vadão, que esteve a frente da Amarelinha comandando o projeto da Seleção Permanente.
"Venho aqui comunicar que não sirvo mais a seleção brasileira de futebol feminino devido aos últimos acontecimentos que nós tivemos em relação a comissão técnica ter sido despedida da forma que foi. Também estou de saida, não só por isso, mas principalmente por quem retornou, meus motivos em relação a essa comissão é por tudo que eu passei na permanente. Eu vi melhora quando a Emily assumiu e agora não vejo necessidade, não vejo coerência da minha parte fazer parte de um trabalho onde eu não acredito que possa dar certo. Tomara que eu queime a minha língua e que ele (Vadão) leve a seleção a um nível que ela merece estar", afirmou a jogadora.
Em seu discurso, por meio de suas redes sociais, revelou problemas com a comissão que acompanha Vadão e criticou o posicionamento omisso do novo técnico em casos que não foram detalhados pela jogadora.
"Não sei se eu faria parte da seleção com essa nova comissão, sendo que no passado já não fazia, e agora muito menos depois de algumas coisas que aconteceram entre mim e membros da comissão, porque não tenho nada contra o Vadão. Simplesmente tenho contra a omissão dele em relação a alguns casos, e quem decidia todas as coisas quem fazia tudo era o Fabricio. Como foi informado agora que a comissão toda está voltando dificilmente eu acredito que vá mudar alguma coisa. Então dificilmente eu me vejo nos planos deles e agora também a seleção não está nos meus planos mesmo que eu fosse ser convocada ou algo do tipo", disse.
A briga do futebol feminino
Mas para além das críticas, a jogadora endossou o discurso de Cristiane e ressaltou o momento como oportuno para que as jogadoras briguem pelo futebol feminino. "Me sinto convicta da minha decisão e acho que é o momento do futebol feminino lutar por alguma coisa e não deixar eles fazerem tudo que eles sempre fizeram com a gente, que é falar e a gente obedecer. Espero que as declarações da Cris, de outras atletas, minha, talvez eu não tenha a mesma influência que uma Cristiane, mas que façam alguma diferença."