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Empoderamento e união são as chaves para projeto social no litoral pernambucano

Ações do projeto Todas para o Mar visam empoderar mulheres de Maracaípe e promover rede colaborativa para o desenvolvimento da comunidade

postado em 15/10/2018 12:30 / atualizado em 15/10/2018 12:43

Paulo Paiva/DP
O projeto Todas para o Mar surgiu da iniciativa da surfista Nuala Costa de criar um evento que recebesse as surfistas pernambucanas que gostariam de competir. Atualmente, com aproximadamente 40 participantes entre surfistas, artesãs, micro-empreendedoras e ativistas sociais, a TPM, como convencionou ser chamada por suas integrantes, tem como objetivo promover a união e o empoderamento femininos para o desenvolvimento das mulheres, em especial nos arredores de Maracaípe, onde estão baseadas boa parte das atividades. 

“É muito importante cuidarmos das mulheres da comunidade, pois boa parte delas se sentem abandonadas e o empoderamento ajuda a dar autoestima. Ela se sente mais bonita, ela se sente mais amada, mais mulher, mais protegida e sente que tem amigas, que faz parte de uma comunidade. No momento político em que estamos vivendo, essa união, essa força das mulheres, fazendo valer a nossa voz, de implementar as mudanças que a gente quer na nossa comunidade, primeiramente, e depois expandirmos e fazer com que cheguemos ao Brasil que a gente quer”, pontua Paula Mourão, membro da TPM. 

Uma das ações promovidas pelo coletivo é a promoção de uma feira de artesãs e micro-empreendedoras, que acontece todo sábado no Maraca Surf Hostel, que é um dos parceiros do projeto. Parte do lucro do que é vendido no comércio dos produtos expostos é destinado para o fomento das ações sociais da TPM, como por exemplo, as aulas de surf para crianças da comunidade.

“A nossa associação tem o intuito de desenvolver também ações sociais com o foco na comunidade, visando a todos, mas obviamente privilegiando as mulheres, especialmente aqui, que é uma comunidade super carente, tanto através da atividade física, com o surf, mas com a possibilidade de aprendizado com as empreendedoras locais, para que elas possam gerar renda, entre outras coisas”, explica Débora Höft, recém-integrada ao grupo. 

Além da rede de colaboração para a geração de renda, a TPM também trabalha muito com a questão da autoestima feminina e fortalecimento mútuo das mulheres da comunidade. Um dos objetivos a longo prazo é fazer com que o projeto social se torne uma Organização Não-Governamental. 

“Estamos dando essa base a partir do empoderamento feminino para que possamos alcançar voos mais altos. A ideia da TPM é ser uma Organização não-Governamental a longo prazo. Estes passos que estamos dando agora é para que no futuro consigamos fazer nossa Ong juntamente com essas mulheres para desenvolvermos a comunidade local através desse micro-empreendedorismo e de ações sociais para ensinarmos as mulheres que moram aqui a se desenvolverem e criarem diversas habilidades", afirma Paula Mourão. 
 
“Esse pensamento não só pode, como deve, ser compartilhado por todas as mulheres. A TPM é um exemplo real, pois temos professoras de surf, tem instrutora de mergulho, fotógrafa, instrutora de yoga, então é uma mistura de sabedorias que contribuem para o crescimento de todo mundo”, complementa Ramayana Silveira.