Durante os dias em que recebe a Regata Recife-Fernando de Noronha, o arquipélago pernambucano ganha o acréscimo não só competidores. Ganha também o acréscimos de especialistas em várias funções. E para aproveitar a estadia dessas pessoas, a organização da competição, juntamente com a administração da ilha, resolveu criar uma ação social para beneficiar os moradores locais.
Durante todos os dias em que a Refeno esteve em Fernando de Noronha, os moradores locais puderam usufruir da ação social gratuitamente. “A ilha, pela distância, tem muita dificuldade em alguns recursos. Dentre eles, atendimento médico de algumas especialidades. Aqui tem o atendimento é básico, ou seja, profissionais que atendem pediatria, enfermeira, nutricionista, psicóloga... Mas aqui não tem, por exemplo, um dermatologista, neurologista... Se eles precisarem de um atendimento, precisam ir ao continente. E isso tudo tem um custo elevado”, explica o médico e um dos coordenadores da ação social, Rodrigo Quintas, de 40 anos.
“Então surgiu essa ideia ano passado de trazer médicos que tenham alguma especialidade e que estejam envolvidos na regata para que sejam voluntários aqui na ilha. Ano passado foi só esse atendimento médico. Neste ano a gente ampliou e chamou isso mais de uma ação social, porque envolve mais de um médico. Envolve um curso de primeiros socorros para não médicos, palestras educativas de saúde, palestras odontológicas, assessoria jurídica, aulas de vela para crianças. Então foi uma ação mais ampliada”, resume.
Quem agradece são os moradores, como Daniela Albuquerque, 41 anos, que levou o filho Gael, de cinco anos, para uma consulta com a dermatologista da ação no Hospital São Lucas. “Essas ações de saúde e de serviços que são básicos para a população, em Noronha são de uma importância ainda maior. Então quando tem a oportunidade de atendimento com esses especialistas é muito gratificante para a gente e para o médico. Porque se não tiver aqui, temos que esperar um mês ou mais até chegar esse especialista, ou em casos mais graves, temos que viajar, mas nem todo mundo pode viajar”.
A boa receptividade dos moradores já fazem os organizadores da ação social em pensar em aplicá-la nos próximos anos. “Pretendemos continuar essa ação e ampliar. Cada vez mais a população vai esperar para saber qual será a próxima ação. A ação é bilateral. É a Refeno com a administração de Noronha. Então tem que ter essa união para que a ação saia sempre”, conclui Rodrigo, que também é velejador e chegou ao arquipélago com o catamarã Papangu, de 36 pés, após 40 horas de travessia no Oceano Atlântico.