Rodrigo, que é médico, será o primeiro cadeirante a participar da regata. Oportunidade de mostrar que é possível superar barreiras na vela. “Será uma grande aventura e uma experiência para levar sempre comigo. Tenho certeza disso. Mas acho que a palavra que melhor resume é desafio mesmo. Um grande desafio”, afirmou.
Ele estará a bordo do barco Toro, que não chegou a passar por adaptações específicas. Entretanto, esse fator é algo que não atrapalhará e que será possível se adaptar quando chegar a hora da Refeno. “Na verdade, não nos preparamos de fato. Mas, sempre digo que onde tem amigo, tem acessibilidade. O barco é um catamarã plano e bem confortável. Além disso, me considero ágil e com bastante força no braço para suprir as pernas. Acredito que não teremos problema algum”, completou Rodrigo Siqueira.
Para Diego Teixeira, a deficiência visual não o impede de alcançar seus sonhos. Ele, que é paulista, mora no Recife há oito anos e começou a velejar aqui na cidade. A vontade de velejar e disputar competições foram unidas no Cabanga e ele passou a treinar para isso. Preparado, agora vai realizar outro desejo: o de disputar uma travessia oceânica.
“Será a minha primeira regata oceânica, de longa duração e estou muito ansioso. A Refeno é importante para qualquer velejador. Estou um pouco apreensivo também para saber minha reação. Mas também com muita expectativa. Só tenho a agradecer a todo mundo que me deu esse apoio e espero ver todos lá em Noronha quando chegar para comemorar comigo mais essa conquista”, contou o velejador.
A Refeno tem um percurso de 292 milhas náuticas, equivalente a 545 quilômetros. Partindo do Recife até o Mirante do Boldró, em Fernando de Noronha. As inscrições vão até a próxima quinta-feira e a largada será dada no sábado, ao meio-dia, no Marco Zero.