O Itaú BBA divulgou, nesta semana, pelo 11º ano consecutivo, um relatório especializado que analisa as finanças de 24 clubes do Brasil, dentre eles cinco nordestinos e só um pernambucano: o Sport. E os indícios não são animadores para o Leão da Ilha do Retiro, que tem grande quantidade de dívidas a curto prazo e pouca transparência nos demonstrativos financeiros, de acordo com o apontado no levantamento.
Os números do Itaú BBA, aliás, são de acordo com os balanços divulgados pelos clubes correspondentes a 2019 - clique aqui para ver mais sobre o rubro-negro, cuja dívida a curto prazp é de cerca de R$ 150 milhões -, mas o estudo também traz projeções para o ano atual. E de acordo com o relatório, ‘talvez um milagre ajude’ o Sport nesta temporada. Confira abaixo os principais análises do banco e a íntegra da galeria.
Receitas, custos e geração de caixas
“A análise do Sport é muito limitada porque as demonstrações financeiras que o clube apresenta não contam com aberturas e informações que nos permitam análises mais precisas. Vemos apenas que as receitas caíram em função da queda para a Série B e que os custos acompanharam na mesma medida. E assim a Geração de Caixa foi baixa mas positiva”.
Investimento e dívidas
“As dívidas ficaram praticamente estáveis, com ênfase nas dívidas com Impostos e Acordos. A alavancagem foi bastante alta, tanto no curto quanto no longo prazo. Para um clube que passa a viver na gangorra entre as Séries A e B, este nível de alavancagem, especialmente a parte de curto prazo, é bastante complicado de gerir. Investimentos em 2019 (foram) bastante baixos, de acordo com a Série B”.
Panorama 2020
“O cenário que é possível traçar indica aumento de receitas por conta do aumento dos valores a receber da TV jogando a Série A. Se tentar seguir custos na mesma linha sobrará pouco para honrar qualquer dívida. Se optar por controlar custos a chance de retornar rapidamente à Série B é elevada”.
‘Talvez um milagre ajude’
“O primeiro ponto relevante é que o Sport não ajuda nas suas análises porque não oferece demonstrações financeiras com os detalhamentos ideais. Com base no que temos é possível ver um clube em extrema dificuldade, com receitas limitadas, dívidas elevadas e um risco enorme de ficar entre a cruz e a espada: ou gasta (sem poder) para se manter na Série A ou retorna à Série B e mantém as dificuldades. Aliás, dificuldades serão
mantidas esteja onde estiver o Sport em 2021, pois o clube entrou num processo de endividamento tão alto e concentrado no curto prazo que fica difícil o clube se recuperar no curto prazo. A realidade do Sport é bastante complicada e demandará mais que boa gestão para se recuperar”.