Sport mira universo do streaming, com aplicativo próprio e conteúdo exclusivo

Streaming. O termo em inglês significa algo como fluxo, mas, com o surgimento de marcas como a Netflix, se tornou sinônimo de transmissão audiovisual a qualquer hora, via internet. Neste mercado, que no ano passado começou a ser explorado para o futebol no Brasil, o Sport está se preparando para estrear sua plataforma exclusiva. Segundo o vice-presidente de comunicação do clube, Jurandir Gayoso, o novo sistema terá, além das transmissões, conteúdo voltado para o engajamento do torcedor com o clube, já a partir do início Brasileirão.

“Nós pretendemos fazer uma série de quadros, de programas, de docusséries (séries documentais). Isso vai ser possível à medida que a gente for avançando. Primeiramente, a gente vai entregar o produto que a gente já tem, um pré-jogo, um pós-jogo, um housetime show. Nessa programação, a gente vai ter uma série de interação com nossos usuários e a gente pretende fazer com que ele participe bem disso”, afirmou Jurandir que revelou que a plataforma também deve contar com sorteios promocionais e apoio a instituições sociais, através de pedidos de doações.

Mesmo com as mudanças trazidas pela Medida Provisória 984, alterando as regras de direito de transmissão de jogos de futebol no país, os jogos do Sport ainda não devem ser uma realidade na plataforma, como alerta Jurandir. “A gente tem uma dificuldade porque o Sport está com os direitos de transmissão com a Globo vendidos até 2024, então, mesmo com a MP 984, que dá a possibilidade ao mandante de vender esses direitos, a gente não pode ferir o contrato que temos”.

Já em processos de teste, mudando as produções da TV Sport para preparar e testar a comunicação do clube para os novos formatos, Jurandir reforçou a importância de ofertar produções de qualidade para o torcedor leonino. “A gente já teve aplicativos no passado e morrerram no meio do caminho, o mais importante é ter uma programação intensa, com vários tipos de programa diferentes e exclusivos. Precisa entregar uma coisa de qualidade, que justifique a monetização que a gente vai cobrar”.

Apesar de ainda não ter definido os valores que serão cobrados para a nova plataforma do mercado, Jurandir Gayoso já adiantou que a precificação será dividida em três pilares: conteúdos gratuitos, avulsos e da mensalidade. Em primeiro momento, durante um período de testes, a plataforma deve ser aberta sem custos.

“A gente vai lançar, provavelmente, uma plataforma híbrida. Ela vai ter conteúdo freemium (pago por evento), gratuito e exclusivo para assinantes. Então a gente não vai deixar de atender nenhum torcedor do Sport, só vamos tentar afunilar esse torcedor para que ele veja que o conteúdo que a gente está fazendo gratuito e freemium, a partir do momento que ele entrar na plataforma paga, vai ser ainda mais exclusivo e participativo. E a assinatura vai ser a um preço bem acessível”.

Mas o conteúdo da plataforma não virá apenas em vídeo. O Sport também pretende reforçar conteúdos de engajamento, trazendo, por exemplo, notícias em primeira mão, aos futuros assinantes. “Não só vai ser streaming, ele vai ter conteúdo em uma timeline, como as redes sociais têm, onde o nosso torcedor também vai interagir com o clube. Vai ter uma série de outros recursos além do audiovisual, embora ele seja mais baseado nisso”.

Segundo Gayoso, o pensamento de engajamento está ligado a uma cultura típica de um sócio do Sport presente no cotidiano do clube. Para recuperar essa vivência, o clube estuda os assinantes como sócios digitais. “Ele vai ao clube, reclama, dá sua opinião, compra lá, gosta de falar com presidente, falar com diretor. A geração mais nova já estava deixando um pouco de fazer isso, porque está acostumada a uma interação digital, e agora, com a pandemia, ficou ainda mais fechado. Então, a gente pretende que a gente crie um sócio digital, que participe efetivamente do dia a dia do clube”.