O Sport fechou um acordo e cedeu três jogadores da categoria sub-15 para o Flamengo. Tratam-se do goleiro Kawê, do meia Fernando e do atacante Riquelmy. O Leão não vai receber nenhuma contrapartida financeira pela ida do trio, mas mantém 40% dos direitos econômicos vislumbrando negociações futuras. Quem explicou sobre a negociação junto ao clube carioca foi o presidente rubro-negro, Milton Bivar, em entrevista ao Diario de Pernambuco.
"Não recebemos nada. É um negócio feito diferente", disse. Ao repassar parte dos direitos econômicos, o mandatário avaliou a ação como um ‘investimento’ do Sport pela capacidade de valorização e venda do Flamengo. "De certa forma, é uma tática de investimento nosso. Esses garotos podem despontar e o Sport numa futura negociação tem um bom percentual em cima desses meninos”, analisou.
“Estamos fazendo o negócio apostando que eles venham a despontar para que a gente ganhe o dinheiro. O Flamengo tem vendido jogadores por mais de R$ 100 milhões. Vai que um deles seja um desses, a gente vai receber R$ 40 milhões. Numa pior hipótese, se vender por R$ 20 milhões, nós teríamos R$ 8 milhões. Coisa que se a gente ficar com 100% (dos direitos econômicos) não conseguimos esse valor”.
Além disso, o contrato prevê duas cláusulas. A primeira é que, caso sejam utilizados por uma minutagem correspondente a quatro jogos na equipe profissional do Flamengo, o Sport será recompensando financeiramente. “Se eles chegarem a jogar 300 minutos pelo time profissional, a gente recebe R$ 500 mil por cada e continuamos com 40%”. No entanto, caso não sejam aproveitados, o Leão tem a preferência do retorno. “O Sport tem a opção da devolução”, garantiu.
Dos jogadores, Kawê era quem mais vinha chamando atenção, sendo, inclusive, convocado para a seleção brasileira da categoria. Riquelmy, vale citar, também vinha sendo elogiado por atuações na base. Recentemente, aliás, o Sport também formalizou acordos com o Atlético-MG, onde emprestou o meia Júlio César, destaque do sub-17 e dois jogadores do sub-15.
Um outros fator que também ajudou o Sport a realizar essas negociações foi a inexistência dos campeonatos estaduais de base em Pernambuco por conta da pandemia do coronavírus, conforme anunciou a FPF há três semanas. “Praticamente não vai ter mais, o ano terminou em termos de competição”, finalizou Bivar. O presidente não confirmou, mas informações de bastidores dão conta que o clube viabiliza mais negócios como esse com clubes como Corinthians e Santos.