Clássicos, por si só, são partidas especiais. Rivalidades, históricos, torcidas presentes. E o do último domingo entre Náutico e Sport, no estádio dos Aflitos, foi ainda mais marcante para três jogadores rubro-negros que fizeram estreias no profissional, dentre eles o volante Alê Santos, que demonstrou grande tranquilidade ao falar pela primeira vez em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira no CT José de Andrade Médicis.
Um dos destaques do Leão no empate em 1 a 1 em jogo que abriu oficialmente a temporada 2020, o jogador abordou vários temas, a começar pela parceria com o experiente volante Willian Farias na cabeça de área.
"Avalio minha atuação no jogo de ontem como positiva. Acho que correspondi bem sobre todas as expectativas criadas, fiquei nervoso no começo mas Willian estava sempre do meu lado, me dando apoio. Quando eu saía mais um pouco, que gosto de atacar, ele (dizia) 'dá uma segurada, volta, posiciona aqui'. Foi muito importante essa parceria, fico feliz por ele ter sido um dos melhores em campo. Espero poder jogar vários outros jogos ao lado dele", afirmou.
Com o Sport ainda punido pela CNRD e proibido de registrar jogadores no BID, a equipe que entrou em campo no clássico começou a ganhar desenho apenas no decorrer da semana passada, quando Alê Santos começou a ver os indícios de que seria escolhido pelo técnico Guto Ferreira para jogar - de quem recebeu grande confiança.
“Tivemos um coletivo na quarta e ele montou o time, colocou eu e Willian (de volantes). Aí terminou o primeiro tempo (deste coletivo) e ele me colocou no time normal (reserva) que eu estava. Quando foi quinta-feira ele estava separando e colocou eu e Willian. 'Será que eu vou jogar? Esse é o time, né'. E depois ele chegou e falou: 'Estou gostando dos seus treinamentos, você voltou a ser o do ano passado, que jogava, marcava e fazia tudo. Então você vai iniciar jogando, eu tenho pura confiança em você’", revelou.
O prata da casa de 20 anos, que está no Sport desde 2014 após passagem no futebol baiano (onde nasceu e a família reside) e tem quatro títulos estaduais na base (sun-15, sub-17 e dois sub-20), além de vice-campeão da Copa do Brasil sub-17 em 2016, elegeu a entrada em campo como o momento mais marcante do último domingo.
"Passou um filme na cabeça. Tudo que eu passei até chegar naquele momento. Depois que peguei na bola me soltei e senti normal, como se tivesse em um jogo de sub-20, sem pressão, entrei tranquilo. Professor Guto conversou bastante, até brincou no intervalo: 'Está bem demais mas não se empolga. Vai lá e faz sua parte'. Então foi um momento muito especial que nunca vou esquecer”.
Se atualmente o momento de Alê Santos é bem positivo, devendo seguir no time titular nesta quarta-feira, quando o Leão recebe o Vitória-PE na Arena de Pernambuco pela segunda rodada Campeonato Pernambucano, nem sempre foi assim. Há dois anos, por conta de contusões, o jovem atleta viveu um drama e pensou em desistir da carreira.
“(Já) Pensei em desistir, voltar para casa. Até porque 2018 foi super difícil para mim, passei o tempo quase todo lesionado. Jogava um hoje e ficava três ou quatro fora. Mas por toda estrutura que o Sport tem eu consegui tratar e voltar. Mas para encerrar o ano o mais feliz é que eu fui campeão. Mas se não fosse acho que teria desistido", finalizou.