Afastado, Juninho quebra silêncio, rebate Nelsinho Batista e revela mágoa com o Sport

O atacante Juninho, 18 anos, quebrou o silêncio. Com contrato com o Sport até fevereiro de 2020, o prata da casa rubro-negro está afastado do elenco profissional desde a semana passada, conforme a reportagem do Superesportes adiantou. A informação do afastamento foi oficializada nesta quarta-feira, o técnico Nelsinho Baptista ratificou que o jogador se recusou, sem dar justificativas, a viajar para enfrentar o Santos-AP, pela Copa do Brasil. Em entrevista coletiva, o treinador teceu uma série de críticas a Juninho. 

Nesta noite, em entrevista ao Superesportes, o atacante rebateu as duras palavras do técnico do Leão. Juninho justificou que não viajou para Macapá porque estava com uma lesão no quadril. Mais do que isso. Garante que informou a lesão ao preparador físico Tacão e, em seguida, ao gerente de futebol Adelson Wanderley. 

Além disso, o atacante admitiu que se apresentou para esta temporada acima do peso. Porém, garantiu ter perdido alguns quilos - ao contrário do que revelou Nelsinho Baptista. Juninho ainda rebateu a ausência em um jogo contra o Salgueiro, no ano passado - mais um caso citado por Nelsinho.

O jogador do Sport, no entanto, não quis falar sobre a polêmica que se envolveu no ano passado. No último mês de outubro, Juninho ficou 12 horas detido e ser autuado por injúria, ameaça de morte e vias de fato. Deixou a Delegacia da Mulher após pagou fiança de R$ 10 mil. Ele responde as acusações da ex-namorada em liberdade. Sobre o tema propriamente dito, Juninho optou por nada dizer. Confira abaixo a entrevista exclusiva.

"Eu esperava outra coisa dele. Eu avisei para o clube através da preparação física que estava sentindo muita dor e ninguém falou nada. Eu estava trabalhando em dois períodos e ninguém falou nada, que era uma coisa normal. No dia que eu li a notícia que era para eu viajar (convocação para substituir André na relação), eu falei para o professor (Edvaldo) Tacão (preparador físico) que não iria viajar porque estava com muita dor no quadril. Ele me disse que iria falar com o Gilberto na Ilha, um que trabalha na direção profissional, que ele iria comunicar ao coronel Adelson (Wanderley, gerente de futebol). O coronel então me perguntou se eu iria viajar e eu disse que não porque eu tava com muita dor no quadril. Já fazia cinco dias que eu não conseguia dormir direito com uma dor forte. Já troquei de colchão por causa dessa dor. Ele disse: ‘Então, está bem. Você não vai viajar, não é?’. Eu respondi que não por causa disso. O coronel desligou o telefone. Acho que ninguém falou para Nelsinho sobre isso."

 

"Não, só ao professor Tacão. Eu esperava que a comissão comunicasse a ele (Nelsinho) o motivo de eu não viajar. Recebi a notícia quando eu vi uma matéria dizendo que André não viajou porque não estava com cabeça para viajar e meu caso não vi ninguém dizendo por que eu não viajei. Só falaram que eu me recusei a viajar. Mas a verdade é que me recusei porque estou com essa dor no quadril há muito tempo."

"Isso não existe. Eu cheguei acima do peso, sim. O professor Nelsinho falou comigo o seguinte: que iria me dar tempo para eu chegar ao peso ideal ou perto. Chegou na data que ele falou, eu não consegui chegar (ao peso). Baixei um ou dois quilos. Uns dois quilos... Foi quando ele (Nelsinho) me disse que iria trabalhar em dois períodos para baixar o peso. Eu disse: ‘Tudo bem, professor’. Comecei a trabalhar em dois períodos, Inaldo (Freire, fisiologista) e Tacão estão de prova que eu vinha trabalhando em dois períodos e estava conseguindo baixar (o peso). Tanto que eu estava que hoje estou com 78 quilos. Eu me apresentei com 82 quilos. Meu ideal é 76 quilos. Todo mundo esperava que a imprensa do Sport (o atleta cita nomes de membros da assessoria de imprensa do clube) soltasse alguma matéria que eu não viajei por causa dessa dor. Mas como não quiseram, só falaram do André que não viajou porque não estava com cabeça para viajar. E eu, que estava com dor, ninguém falou nada. Nunca me neguei a viajar com o grupo."

"Contra o Salgueiro, no treino da tarde antes do jogo, eu senti o adutor e falei que não dava para viajar. Mandaram eu fazer um exame no Boris (Berenstein). Chegando lá fizeram o exame e deu uma irritação no músculo, que disseram que era normal. Como sempre quando eu falo é ‘migué’, disseram que eu não tinha nada. Mas era por causa da dor no adutor."

"Nunca cheguei atrasado treino. Isso é mentira. Essa história que estou te falando pode falar para quem quiser. Se quiser que eu fale em uma coletiva ou para a diretoria, eu vou falar a mesma coisa que eu estou falando para você: nunca cheguei atrasado em treino nenhum."

"Estou treinando e esperando meu empresário chegar de viagem para resolver as coisas."

"Clube Série B para mim ninguém falou nada. O que eu sei só é de clube da Europa."

"Quem me conhece bem, sabe que as coisas estão vindo e eu fico perguntando a Deus o que é isso que está acontecendo na minha vida. As coisas estão vindo muito à tona, cada coisa uma em cima da outra. Eu mesmo fico me perguntando o que está acontecendo comigo, com a minha vida."

"Quer ver meu futuro? Então me dê oportunidade para eu jogar. Nunca vi… (inaudível) ficar no banco."

"Até demais. Merecia muito mais oportunidade.Todo jogador da base chega e tem oportunidade e eu não tenho. Em um jogo, jogo bem e no outro sou banco. Me chateei muito no ano passado no começo quando estava bem, decidindo jogo e tudo e não conseguia ser titular. Eu pensava, eu jogo, faço tudo certo, decido jogo e não sou titular… Quando eu vou conseguir ser titular aqui dentro? Na final contra o Bahia, por exemplo, entrei e empatei o jogo (na decisão da Copa do Nordeste 2017). Pensei comigo: na Bahia, vou ser titular. Lá, fiquei no banco e nem entrei. Isso desanima até… Qualquer um."

"Só Deus sabe."