Menos treinos, mais recuperação e conversa: a rotina de trabalhos de Luxa no Sport

O Sport fez 51 partidas oficiais na temporada. Segue como o time do Brasil que mais atuou no ano. Na disputa da Copa Sul-Americana e da Série A pelo Rubro-negro, o treinador Vanderlei Luxemburgo quase não tem tempo para promover treinos táticos com os atletas. Então, o comandante e sua comissão têm estabelecido uma nova rotina de trabalho no clube. São menos trabalhos no campo, mais recuperação e muita conversa. A filosofia está dando certo.

Ao alçar o Sport ao G6 do Brasileirão, Luxemburgo afirma que conseguiu internalizar na cabeça do jogadores a obsessão pela conquista de objetivos grandes, como a classifição à Copa Libertadores de 2018. Sem dispor de muito tempo para ajustes de posicionamento na equipe, precisa apela a métodos como o "pijama training", ou seja, atividades mais leves nos períodos entre jogos. Luxa ainda tenta otimizar o período que tem junto do grupo, mas o resto fica mesmo mais na base do bate-papo.

"Primeiro é o seguinte: os jogadores estão querendo. Quando você consegue conscientizar o grupo que ele tem condição de poder alcançar objetivo, você vai embora. Parece que eu não treino, mas eu treino. O pouco tempo que eu tenho para treinar, em vez de fazer 30 minutos de dois toques, faço 20, 25 de trabalho tático. Estou sempre incrementando alguma coisinha. E também a experiência que a gente tem no papo, de ir posicionando através da palestra", contou Luxemburgo.

Luxemburgo cobra muito. É conhecido pelo estilo exigente. Mas tem a sua face liberal. Quer que cada uma das suas peças esteja satisfeita também vida pessoal. "Aqui todo mundo está preocupado com perfomance. Tem 'pijama training', cervejinha, namoradinha também, vai dar um beijinho na mulher, beijinho no filho. Segunda-feira vai ser folga, independemente de resultado (contra o Palmeiras, na Arena de Pernambuco). O cara tem que ficar em casa um pouquinho também. Quem vai para igreja, vai para igreja. Quem vai para outro lugar, vai também", brincou.

Trabalho físico

Para o essencial processo de recuperação dos atletas leoninos, Luxa é amparado pelo departamento físico, que destaca que agora o primordial tem sido descansar o elenco para minimizar os riscos de lesões. "O que se prioriza hoje é estabelecer o processo de condicionamento do grupo dentro da competição e fazer a manutenção da forma física. Um atleta não se sustenta fisicamente durante um ano. Por isso, se prioriza o regenerativo, o termo da moda", disse o preparador físico e coordenador da pasta no Sport, Antônio Mello, que trabalhou com Luxemburgo por 16 anos ao longo da carreira.

A intensidade do desgaste no Sport vai aumentar com o passar dos jogos da temporada, naturalmente. O clube não descarta ser obrigado a poupar jogadores em partidas num futuro próximo. "Nós estamos repetindo praticamente o mesmo time desde quando chegamos aqui. Se a gente perceber que no próximo jogo um ou dois jogadores não recuperaram a forma física, o Vanderlei fica ciente. Se for para o melhor do clube, com foco no melhor rendimento, claro que vamos ter uma reunião e discutir", falou Mello.