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O jogo
Apesar dos muitos desfalques por parte dos dois times, Sport e Bahia fizeram um primeiro tempo como pede uma final de Copa do Nordeste. Bom jogo, equilibrado e com as equipes buscando o ataque. E sem faltar polêmicas, com o Bahia reclamando de um pênalti e um gol anulado a seu favor.
Os desfalques, de fato, foram sentido por pernambucanos e baianos. E, de certa forma, ajudaram para a igualdade técnica da etapa inicial. Pelo lado do Sport, que não contava com o volante Rithely, suspenso, e Ronaldo Alves, lesionado, a principal preocupação era com a ausência do lateral esquerdo Mena, também vetado por problemas físicos.
Por mais que o improvisado Raul Prata não tivesse comprometido, o lado esquerdo da defesa leonina foi o principal caminho buscado pelo Bahia para chegar à meta de Magrão. Em alguns momentos, com êxito. Por outro lado, o tricolor sentiu bastante a falta da criação do meia Régis, artilheiro do Nordestão, com seis gols, suspenso.
O Sport, por sua vez, demorou a entrar no jogo. Mas quando fez, conseguiu levantar a torcida. Com direito a bola na trave mandada de cabeça por Matheus Ferraz. Sumido nos 20 minutos iniciais, Diego Souza, que retornou à equipe após três partidas lesionado, mostrou o quanto é útil ao Leão ao deixar duas vezes Rogério em condições de marcar. O atacante, porém, errou as duas.
Já os lances polêmicos vieram na reta final da etapa. Ambos, com reclamação do Bahia. No primeiro, aos 36, Allione dividiu bola com Magrão e caiu na área. O árbitro piauiense Antônio Dib mandou seguir. O segundo, aos 43, com o gol anulado em chute de Zé Rafael dentro da área. O assistente alagoano Pedro Jorge Santos, porém, invalidou o lance alegando que o volante Renê Junior, impedido, atrapalhou a visão de Magrão.
Gols no segundo tempo
Para a etapa final, os dois treinadores voltaram com as mesmas formações. Mas com o Bahia seguindo com planejamento de explorar o lado esquerdo da defesa do Sport, em cima do improvisado Raul Prata. E com a marcação mais adiantada, o tricolor ainda dificultou a saída de bola dos leoninos, que muitas vezes precisou sair rifando as bolas.
Sentindo a dificuldade do seu time, Ney Franco sacou Everton Felipe para a entrada de Juninho, logo aos 10 minutos. Seria a única mudança do Sport na partida. E decisiva minutos depois. Porém, não deu nem tempo do prata da casa aquecer. No minuto seguinte, o Bahia, melhor em campo, abriu o placar, com o volante Juninho, com liberdade dentro da área, soltando uma bomba, sem chance de defesa para Magrão.
A vantagem apagou por completo o equilíbrio visto no primeiro tempo. Com o Sport perdido em campo, a sensação era de que o Bahia, com tranquilidade para tocar bola, poderia encaminhar o título ainda na Ilha do Retiro. Tanto que Magrão (sempre ele) evitou o 2 a 0 com uma defesa sensacional aos 21 minutos, em cabeçada à queima-roupa de Edigar Junio.
Mas em uma decisão, não se pode perder as chances quando elas aparecem. Juninho, do Sport, sabe bem disso. Reforçando a sua aura de “talismã” do rubro-negro pernambucano, o prata da casa, no pior momento dos donos da casa no jogo, empatou o clássico, de cabeça, aos 35 minutos, após cobrança de escanteio, deixando a decisão em aberto. Raul Prata ainda salvou em cima da linha no último lance. Tudo fica para a Arena Fonte Nova.
Ficha do jogo
Sport 1
Magrão; Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Durval e Raul Prata; Fabrício, Ronaldo e Diego Souza; Everton Felipe (Juninho), André e Rogério. Técnico: Ney Franco
Bahia 1
Jean; Eduardo, Tiago, Lucas Fonseca e Matheus Reis; Renê Junior, Matheus Sales (Feijão), Juninho, Zé Rafael (Maikon Leite) e Allione (Gustavo); Edigar Junio. Técnico: Guto Ferreira.
Local: Ilha do Retiro. Árbitro: Antonio Dib Moraes (PI). Assistentes: Flávio Gomes Barroca (RN) e Pedro Jorge Santos (AL). Gols: Juninho (11 min do 2º) e Juninho (35 min do 2º). Cartões amarelos: Jean, Matheus Reis, Renê Júnior (B), Durval (S). Público: 26.685 pessoas. Renda: R$ 557.825,00