No final das contas, o pacote acabou saindo melhor que a encomenda. Diego Souza veio. E não chegou sozinho. Rithely, Ronaldo Alves, o técnico Daniel Paulista, o presidente Arnaldo Barros e o vice Gustavo Dubeux marcaram presença no encontro. O ex-atleta não conteve as lágrimas. Aproveitou o momento da melhor forma. A lembrança ficará guardada. “Para a vida toda. Para sempre. Porque o melhor sentimento é o do coração. Não acreditava que fosse acontecer. Acreditei não“, sentenciou com um sorriso no canto do rosto.
Ex-atleta, o menino de 17 anos chegou a integrar as categorias de base do Rubro-negro ainda entre o fim de 2015 e o início do ano passado. O sonho de estar entre as quatro linhas foi interrompido. Lucas era diagnosticado com um câncer no joelho esquerdo. Após cinco meses, a luta vai finalmente chegando à reta final. Pelo Leão, Lucas desempenhava a função de meia-atacante. Algo um pouco semelhante ao que faz o ídolo pelo Rubro-negro. A diferença, no entanto, foi apontada pelo menino. “Ele é um pouco mais pesado. Ainda não tem muita velocidade. Eu era mais rápido”, brincou.
O inusitado
Na família, um cenário inusitado. O pai, tricolor. Assim também é o irmão caçula. O do meio, alvirrubro. Mas no coração do ex-jogador, o sangue pulsa rubro-negro. “Quando eu nasci, depois que fiquei grande, meu pai conta que sempre me vestiu de tricolor. Me levava para jogo. Mas não adiantou, não. O coração é vermelho, preto e amarelo. Não lembro o que me fez torcer. Acho que foi a paixão mesmo”, sorri. Não à toa, a pedida do menino foi por algo que ultrapassa os limites do palpável. A presença do ídolo. “Uma camisa já bastava. Já valia tudo. Sou fã do cara. Ele é espetacular. A história que ele tem, pelos times que passou, a Seleção Brasileira. É um fenômeno.”
Confidentes
O que não significa, no entanto, que Lucas tenha saído de mãos vazias. Autografada por todos os que estiveram presentes, o meia-atacante levou consigo uma camisa oficial do Sport. A Daniel Paulista, somente um pedido. Uma oportunidade ao irmão caçula nos gramados. “Acho que ele ainda tem mais bola que eu para ser profissional. Pedi ao Daniel para dar uma chance a ele.” Em meio à movimentação na brinquedoteca do hospital, a conversa seguia aos sussurros. O olhar pesaroso. Primeiro sentado ao lado de Rithely. Em seguida, acompanhado por Diego Souza. O assunto discutido, “é pessoal”, confidenciaram os três.
A carta enviada por Lucas
Meu nome é Lucas Barbosa da Silva, tenho 17 anos e estou internado no HCP para o tratamento de um câncer no joelho esquerdo (osteossarcoma). Sou apaixonado pelo Sport Club do Recife e tenho um sonho muito grande de conhecer o jogador Diego Souza. Sempre sonhei em ser jogador de futebol, inclusive joguei na base do Sport por três meses e tive meu sonho interrompido por causa da doença. Mas tenho fé em Deus que vou me curar e um dia poder jogar novamente. Ficaria muito feliz se Diego Souza viesse me visitar e me desse uma camisa autografada.