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Metas alcançadas, futebol, política e frustrações: presidente do Sport avalia gestão no clube

João Humberto Martorelli comenta ainda sobre finanças e Ilha do Retiro

postado em 14/12/2016 16:50 / atualizado em 14/12/2016 22:05

Williams Aguiar/Sport
A dois dias da eleição que irá definir o próximo comandante do Sport para o biênio 2017/2018, o presidente rubro-negro João Humberto Martorelli convocou uma entrevista coletiva na nova sala de imprensa do centro de treinamento do clube para apresentar o balanço dos três anos da sua gestão. Se dizendo "com a consciência do dever cumprido" com relação ao futebol, o mandatário também garantiu que entregará as finanças leoninas saneadas ao seu sucessor e sem antecipação das cotas de televisão. Além disso, ressaltou o aumento do número de sócios, que segundo ele passou de oito mil adimplentes para 26.500 que estarão aptos a participar do pleito da próxima sexta-feira e as ações sociais promovidas em sua gestão, bem como o combate à Torcida Jovem. Confira os principais pontos da entrevista coletiva.

Futebol

"No futebol, saio com a consciência do dever cumprido. Diante da diferença abissal que existe para os clubes do Centro-Sul, conseguimos nos manter nos três anos da nossa gestão na Série A. Isso é um feito extraordinário. Além de ter conquistado os títulos da Copa do Nordeste e Pernambucano de 2014 e vamos para a quinta Copa Sul-Americana. Claro que em 2016 tivemos algumas dificuldades, mas elas fazem parte do caminho. Conseguimos atravessá-las e vencê-las. Saio com a tranquilidade de ter deixado o Sport na Série A e mais do que isso, de estar deixando um time preparado, do goleiro ao ponta esquerda."

Quadro social

"Vamos ter na eleição de sexta-feira um número absolutamente inédito de sócios aptos a votar. Quando assumi a presidência, o Sport tinha apenas oito mil sócios adimplentes. E com as nossas campanhas, conseguimos aumentar esse número para 28 mil e vejo com muita satisfação que no processo eleitoral 26.500 sócios estão aptos, ou seja, estão adimplentes. Isso é um grande salto no futuro e na receita do Sport. E isso é um reflexo que estamos oferecendo bons serviços."

Finanças

"Retiramos o Sport de uma situação financeira desorganizada. Tínhamos, na porta do clube, oficiais de justiça e contas bloqueadas por conta de dívidas trabalhistas e fiscais. Mas, com o advento do Refis e com busca de recursos de forma austera e responsabilidade, transformamos o clube, que agora voltou a ter uma cidadania fiscal. Hoje, temos todas as certidões negativas, com todos os passivos pagos e saneados e as dívidas trabalhistas equacionadas. A nossa dívida fiscal era de R$ 50 milhões. O Refis está sendo pago em dia. Tanto que sequer entramos no Profut. Estamos deixando o clube com as contas saneadas e sem nenhuma cota de tevê antecipada. Todas as cotas serão recebidas pelas próximas administrações, sem qualquer dedução."

Projetos sociais
"O Sport foi um multiplicador do bem. Envolvemos o Sport em grandes campanhas de cidadania e grandes causas importantes para a sociedade. Assinamos, junto com a Federação Pernambucana e outros clubes, uma campanha pela paz nos estádios além de outras ações objetivando isso com a campanha mãe segurança. Também tivemos um programa sensível e que, para mim como satisfação pessoal, já valeria a pena ter sido presidente do Sport que foi o Adote um Pequeno Torcedor. Tiramos da orfandade 17 jovens acima de 17 anos. Isso engrandece qualquer clube."

Frustração
"A gente sempre quer mais. Em junho, falamos em metas do Sport para o Brasileiro, que era terminar no G4 do Brasileiro. Mas não garanti que o Sport iria. Porque isso faz parte do nosso planejamento estratégico de até 2018 disputar um campeonato internacional e, mais especificamente, a Libertadores. Ao longo do meu mandato isso não aconteceu, mas essa meta está dentro do nosso horizonte e espero que a próxima gestão dê continuidade. O Sport tem tradição, camisa e força para disputar a Libertadores. Outra frustração foi não ter iniciado a reforma da Ilha do Retiro. Mas deixo o assunto encaminhado. Hoje tive uma reunião com a Ernest & Young para a avaliação de projeto com sugestão de alternativas para a captação desses recursos."

Reeleição
"Por princípio, sou contra a reeleição. Tenho tentado dar ao Sport uma cara nova, procurando fazer com que o clube fique atento as renovações. Acho que as antigas lideranças, ex-presidentes, devem opinar e serem ouvidos. Mas o Sport não pode ficar engessado a esse conjunto de lideranças antigas. Essas pessoas devem ser homenageadas, mas não podem continuar no comando do clube. A minha disputa é por esse movimento de renovação do clube."