“Agora o que tem sido insistentemente provocado para uma resposta minha é com relação à questão desportiva. E eu tenho dito e gostaria de repetir aqui: na minha opinião, ainda não é momento para se resolver a questão desportiva. Primeiro é preciso que a gente atente para a necessidade e o posicionamento da principal vítima, que é a Chapecoense. O que é que a Chapecó pretende na verdade? Esse deve ser o vetor, o indicador do que é que o futebol brasileiro deve fazer. Temos que ter compaixão neste momento. Precisamos esgotar o luto pelas vítimas, passar esse momento. Os corpos nem chegaram ainda”, disse.
Questionado sobre as declarações vindas dos dirigentes do Internacional e dos atletas colorados, que pediram para não jogar a última rodada, o presidente rubro-negro evitou entrar no mérito da questão, já que os gaúchos são adversários diretos do Leão contra o rebaixamento na 38ª rodada do Brasileiro. “Não é momento de estar falando em coisa desportiva agora. Não estou preocupado se jogador declarou que vai jogar ou não, se Inter vai cair ou não… Não vejo isso, não acho que seja o momento adequado para a gente discutir isso”, pontuou.
Martorelli reiterou por várias vezes que o momento é de luto e clamou pela união dos clubes Brasil afora pela solidariedade à Chape. “Do ponto de vista desportivo, depois o Sport verá isso no momento adequado. Se a decisão for no sentido de se fazer a rodada final, como talvez deva ser, e tudo indica que assim será, o Sport propõe, e aí sim é uma medida concreta de apoio às famílias das vítimas, que sejam doadas as rendas de todos os jogos da última rodada. Convido todos os clubes brasileiros e do mundo para fazer isso. Acho que é a homenagem mais concreta que podemos fazer para elas”, afirmou o presidente rubro-negro.
Homenagens
Aguardando a posição da CBF, que adiou a última rodada da Série A para o dia 11 de dezembro, o Sport continua se preparando para o jogo decisivo contra o Figueirense. Dentro e fora de campo. Para a partida, o departamento de Responsabilidade Social do clube prepara algumas homenagens à Chapecoense. O mascote Léo entrará em campo com a camisa do Verdão do Oeste. A braçadeira de capitão utilizada por Magrão será verde e, por fim, o escudo da Chapecoense estará ao lado do escudo do Sport na camisa rubro-negra.
“Gostaria de deixar claro essa posição. O momento é de nos recolhermos, levarmos nossos pensamentos para as vítimas e vivermos solidariamente esse momento e esperar que todos possam ter o conforto necessário em suas religiões para que possam se recompor”, pontuou Martorelli.
Velório de Cléber Santana
Sobre o velório do corpo do meio-campista pernambucano Cléber Santana, uma das 71 vítimas envolvendo o avião da Chapecoense, Martorelli confirmou o pedido realizado pela família para que haja uma cerimônia na sede do clube onde o atleta foi formado e jogou entre 2001 e 2003. “Quando chegar vamos fazer de acordo com o que a família quiser. Vamos ter aqui para nós um momento de muita dor”, concluiu o presidente rubro-negro.