Violência
Supostos integrantes das organizadas incitam clima de vingança nas redes sociais
Em perfil do Facebook, algumas pessoas falam em vingança. Alguns chegam a levantar suspeitas de quem teria participado do crime que vitimou Paulo Ricardo
postado em 07/05/2014 08:15 / atualizado em 07/05/2014 08:57

Ontem, enquanto a família de Paulo Ricardo pedia paz numa caminhada no Pina e a polícia continuava a busca pelos dois outros suspeitos pelo crime, as redes sociais eram alimentadas com ódio. O ambiente utilizado pelas organizadas para marcar confrontos ganhava mensagens ameaçadoras. Falava-se em vingança. Sem nenhuma prova, sem nenhum pudor. Sem esconder a identidade, pessoas supostamente ligadas a uma uniformizada publicavam e compartilhavam fotos de um integrante do grupo rival, acusando-o de ter participado do crime. Fazer justiça com as próprias mãos. Algo temerário, visto fatos recentes ocorridos no país. E que também terminaram em tragédias.

Mensagens
A página na qual foram postadas as mensagens sobre vingança e fotos do integrante da organizada, a quem eles acusam de “suspeito” do crime e “foragido”, não é oficial, mas está identificada com as iniciais e carrega o logo de uma uniformizada, contando com 11.547 curtidores. A foto foi compartilhada 36 vezes. A maior parte dos comentários corrobora com a ideia de vingança, mas há também quem se coloque contra.
As autoridades insistem no discurso de sempre. Dizem que as redes sociais são monitoradas, mas só ficaram cientes das ameaças quando consultadas pelo Superesportes. Reconhecem a gravidade de uma foto estar circulando apontando um suspeito sem nenhuma prova. “Qualquer situação que possa causar um mal a alguém, evidentemente, vai ser analisada. E, se configurar um crime, vai ser autuado. Isso não chegou a mim, mas pode ter chegado ao pessoal que faz a investigação do caso”, afirmou o chefe da Polícia Civil, Osvaldo Morais.