PM da Paraíba enfrentou as facções organizadas com balas de borracha e spray de pimenta
É como um filme repetido: marginais disfarçados de torcedor colecionam ameaças pelas redes sociais, agrupam-se em bandos e saem de casa com o único objetivo: a violência gratuita. Não há explicação (e nem adianta procurar!). Os arredores dos estádios são transformados em praças de guerra. As cenas são quase sempre as mesmas, com a polícia despreparada, disparando balas de borracha para todos os lados e utilizando spray de pimenta. Pessoas inocentes - que em nada têm a ver com os absurdos que ainda permeam o futebol brasileiro - acabam feridas. Esta era para ser apenas uma reportagem esportiva, de um jogo de futebol. Da estreia sofrível do Sport no Nordestão, empatando em 1 a 1 com o Botafogo-PB, ontem, no estádio Almeidão, em João Pessoa. Mas, infelizmente, a violênciaacabou vencendo o esporte.
Que o diga o rubro-negro Marlon Carneiro, torcedor comum - de verdade -, daqueles que vai a campo com a camisa e bandeira do clube. Ontem, ele estava com os amigos na capital paraibana para ver o Sport jogar. Nunca vestiu camisas das facções organizadas ou mesmo envolve-se em qualquer confusão. Voltou para casa baleado, com um tiro de borracha na perna e uma cicatriz que ficará marcada por muito tempo e o fará refletir sobre uma nova ida ao estádio - cada vez um lugar menos seguro para os torcedores. Sim, porque não há mais como chamar os integrantes dos grupos organizados de torcedores.
O gol de empate de Felipe Azevedo foi o estopim para o início da confusão dentro do estádio
Se antes de a partida começar, o barulho das bombas e tiros já assustava quem estava dentro do estádio, o jogo trouxe aos olhos aquilo que somente o ouvido alertava. Briga generalizada entre os torcedores do Sport e a Polícia Militar da Paraíba. Mais bala de borracha. Mais spray de pimenta, dessa vez com consequência direta ao campo: jogadores ao chão, passando mal, intoxicados. Partida paralisada por cinco minutos.
“Não dava bem para entender o que estava acontecendo, todo mundo ficou assustado”, disse o atacante Felipe Azevedo, autor do gol de empate rubro-negro.
... e teve jogo! Em meio ao caos, o Sport não foi diferente do que já se esparava. Desarrumado e com o fôlego limitadíssimo. Pode-se dizer que o empate com o Botafogo-PB, saiu de bom tamanho para o Rubro-negro - apesar da pressão nos minutos finais. Os únicos, aliás, em que o Sport foi melhor que o rival.