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Santa Cruz abdica de recurso na Justiça e finaliza novela sobre adiamento das eleições

Tricolor já tinha marcado o pleito para o dia 14 de dezembro, mas ainda poderia entrar com recurso para reverter agendamento e voltar a adiar

postado em 20/10/2020 09:00

(Foto: Rafael Melo/Santa Cruz)
Depois de três semanas, a novela sobre o adiamento das eleições do Santa Cruz teve seu último capítulo nessa segunda-feira. Ainda com prazo para recorrer até a próxima semana, o Tricolor abdicou de entrar com recurso na Justiça e acatou a proibição de ampliar os mandatos. Com isso, os novos rumos corais serão definidos no dia 14 de dezembro.

A situação começou a se definir na última sexta, no limite do prazo concedido pelo juiz Julio Cezar Santos da Silva, da 2ª Vara Cível da Capital, para o Santa divulgar o Edital de Convocação de Assembleia Geral Ordinária, documento que define a data da eleição, que foi agendada para 14 de dezembro. Com mais duas semanas para recorrer, o edital ainda poderia ser revogado, o que não é mais viável após a petição entregue nessa segunda.

O novo documento questionou aspectos acatados pelo juiz, mas reconheceu a decisão e abdicou de contestar o resultado. Isso encerra a dúvida sobre a data da eleição 19 dias depois da reunião que informou sobre o adiamento para julho de 2021. André Frutuoso, conselheiro do Santa e autor da ação explicou o significado desse novo documento.

"O Santa Cruz foi no processo e disse que não tem 'pretensão resistida', essa linguagem quer dizer que não houve uma contestação. No final, o clube corroborou ao pedir a procedência do pedido que nós tivemos no processo. Então, isso mostra que o clube não vai recorrer da decisão e que as eleições estão confirmadas para o dia 14 de dezembro", afirmou André, que disse ver contradição na argumentação do clube.

“A maior preocupação do Santa Cruz no processo, pelo que a gente viu através da petição foi pedir para que o juiz declarasse como procedente a ação judicial, mas sem reconhecer que houve uma ilegalidade, o que é um pedido, ao meu ver, contraditório. Como é que ele pede para o juiz declarar procedentes os pedidos que fizemos e, ao mesmo tempo, reconhecer que não houve ilegalidade por parte do clube?". A reportagem tentou contato com a Executiva, o Jurídico e o Deliberativo do Santa Cruz para comentar sobre o tema, mas não obteve sucesso.

Por fim, André ainda configurou essa definição como uma derrota da gestão frente a uma vitória do Santa Cruz. "É uma grande vitória para o clube como um todo: sua torcida, seus conselheiros, seus sócios, que mostraram que o clube não está sozinho. Mas é muito lamentável. A gente poderia ter esse mesmo resultado, eleições no dia 14 de dezembro, sem precisar de nada desse estardalhaço", concluiu.