Em uma longa entrevista com o grupo do Podcast 45 minutos na última quarta-feira, o presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior debateu de tudo: da análise do futebol pernambucano ao gerenciamento da crise vivida pelo Tricolor durante a pandemia de covid-19. Mas, dentre esses e outros pontos, o mandatário foi questionado sobre um assunto que boa parte dos tricolores quer saber: o seu posicionamento a respeito da Reforma do Estatuto.
Sem tomar partido, Tininho ressaltou que a discussão sobre o tema precisa ser tratada ‘dentro do clube’, com protagonismo do Conselho Deliberativo. Além disso, o mandatário do Santa Cruz ressaltou que precisa entender a ‘situação como um todo’ para ter um posicionamento definido, mas pediu respeito aqueles que são à favor da Reforma do Estatuto e os que não são. Afinal, ‘todos querem o bem do Santa Cruz’, pontuou Constantino Júnior.
“A gente está tratando de um poder construído do clube, que é Conselho Deliberativo e as questões que concernem a ele devem ser discutidas e capitaneadas pelo Conselho Deliberativo. As ações tem que ser discutidas lá. Eu como presidente preciso entender a situação como um todo, respeitando todos os lados, porque são torcedores que querem o bem do Santa Cruz. As pessoas precisam ser respeitadas por construírem as suas histórias no Santa Cruz e aqueles que estão chegando agora e têm esse ideal também precisam”, declarou.
A necessidade de uma Reforma do Estatuto é uma posição quase que unânime defendida pelos torcedores do Santa Cruz. O tema acabou ganhando mais força neste ano com a atuação do movimento-político-democrático Intervenção Popular Coral, que passou a pleitear a modernização estatutária da Cobra Coral. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a votação pela Reforma do Estatuto teve que ser suspensa temporariamente na Justiça.
Mas, antes disso, um grupo composto por ex-dirigentes, entre eles o ex-mandatário Romerito Jatobá e Antônio Luiz Neto, através de uma liminar na Justiça, conseguiu barrar a Assembleia Geral de sócios que votaria pela Reforma.
Abaixo, na íntegra, mais tópicos abordados por Tininho sobre a Reforma do Estatuto
Polarização do discurso
“Claro que existe uma polarização. Divergências, discussões e visões diferentes é natural que existam e enriqueçam o debate, engrandeçam. De um lado existe um antagonismo entre a juventude, essa mudança de ‘tem que ser tudo diferente’ e também do conservadorismo de quem construiu essa história”.
A cobrança por posicionamento
“O momento não é para isso. Eu preciso tirar o clube dessa situação difícil, e vamos discutir lá dentro. Eu não posso estar fora desse ambiente de discussões e estar gerando inimizades e gerando polêmicas para um clube que já tem suas dificuldades de ser carregadas no dia a dia”.
O ‘intermediador’
“É nessa linha de convergência que eu busco sempre agir, prezando por um entendimento entre as partes e sempre agindo com respeito, inteligência, amplitude e com democracia. A gente só não pode dividir. E se eu buscar dividir agora eu vou estar trazendo um peso para o barco, de brigas e discussões”.