Nos últimos dois anos, o Santa Cruz se notabilizou como vitrine no mercado, sobretudo por alçar jovens promessas. Como foram os casos do zagueiro João Victor, o atacante Elias Carioca e, por último, o lateral direito Warley. Mas, como eles estão hoje? Conseguiram se firmar nos clubes onde foram comprados? Valeram o investimento? A reportagem do Diario de Pernambuco foi atrás destas informações.
João Victor
O defensor foi o primeiro a sair do Santa Cruz. O destino foi o Vitória, da Bahia, em uma negociação por compra selada em 2019, meses depois da eliminação precoce do Tricolor na Série C, ainda em agosto. João Victor foi anunciado pelo Leão no fim do ano, amarrando contrato de cinco anos e com o clube baiano exercendo 50% dos direitos econômicos do jogador, ao custo de R$ 800 mil a serem pagos de forma parcelada à Cobra Coral.
De longe, João Victor, até antes da paralisação do futebol em virtude da pandemia de Covid-19, que paralisou todas as atividades de futebol do país, foi o prata da casa vendido pelo Santa Cruz que mais teve oportunidades no clube onde foi comprado. Os números mostram: o defensor não perdeu um jogo sequer no time comandado pelo técnico Geninho.
À exceção do Campeonato Baiano, disputado pela equipe sub-23, o jovem zagueiro esteve em campo em todos os 10 duelos enfrentados - entre Copa do Nordeste (7) e Copa do Brasil (3) - pelo Vitória. Atuou 90 minutos em todos, com exceção da expulsão aos 41 do segundo tempo na partida contra o Ceará.
Elias Carioca
Assim como João Victor, a joia da base do Santa Cruz, Elias Carioca também foi vendido em 2019, no mesmo cenário que o zagueiro: após a eliminação na Série C. O atacante foi destaque da categoria de base tricolor, sendo o único a subir para o elenco profissional daquela temporada. Cenário bem diferente do atual, por exemplo, uma vez que o Tricolor alçou cinco joias da base para o time principal, comandado pelo técnico Itamar Schülle.
O clube, desta vez, foi o Athletico. O Furacão comprou 80% dos direitos econômicos do atacante por R$ 1,6 milhão, dos quais o Santa Cruz recebeu apenas R$ 900 mil por conta de uma dívida de R$ 750 mil com o clube paranaense. Elias chegou para disputar os torneios da categoria sub-23, entre eles o Campeonato Paranaense, no qual os garotos da base ganham vitrine e disputam integralmente a competição. No entanto, até agora, a promessa coral ainda não se firmou no time comandado pelo técnico Rafael Guanaes.
Até a paralisação do futebol por conta do novo coronavírus, o jogador de 20 anos disputou apenas seis partidas, sendo a maioria delas entrando no decorrer do jogo. Apenas uma vez Elias jogou 90 minutos inteiros. Na ocasião, contra o Cianorte, na derrota do Athletico por 3 a 1. O ex-prata da casa coral também não marcou gols.
Warley
Por fim, o lateral direito Warley foi a venda mais recente concretizada pelo Santa Cruz. A joia da base da Cobra Coral foi adquirida em 50% pelo Botafogo em fevereiro deste ano, com o Alvinegro desembolsando R$ 1,5 milhão por dois anos de contrato. No entanto, o acordo foi definido pela seguinte maneira: para pagar a quantia, o time do Rio de Janeiro terá de pagar em até dois anos os salários de atletas cedidos ao clube pernambucano. Como foi o caso, por exemplo, do centroavante Victor Rangel.
Warley chegou ao Alvinegro como uma grande aposta e sob aval do então técnico Alberto Valentim. Inclusive, quando anunciado pelo Botafogo, o lateral direito foi tratado como ‘versátil’, ‘polivalente’, tanto podendo suprir a função de origem, quanto no ataque, atuando mais aberto, como ponta - posição em que diversas vezes foi acionado no Santa Cruz.
Mas, até agora, dos 12 jogos disputados pelo Botafogo neste início de ano, a joia tricolor não engrenou. Disputou apenas dois jogos, sendo um pela Copa do Brasil, contra o Náutico, nos Aflitos, entrando 35 minutos do segundo tempo, e um pelo Campeonato Carioca, diante do Fluminense. Não marcou gols.