A cada dia a definição sobre a aprovação do novo estatuto do Santa Cruz ganha ares mais conturbados. Um dia depois de receber uma nova proposta de reforma, a deliberação foi suspensa após apenas uma das três sessões destinadas ao tema. O adiamento da definição foi celebrado por um dos líderes do grupo que apresentou, de última hora, pedidos de mudança na proposta, o presidente do Conselho de Administração, Antônio Luiz Neto.
Discordando da forma como o processo de formação do primeiro projeto de reforma do estatuto foi montado, ALN vê de maneira positiva o adiamento por permitir uma junção de esforços para debater as propostas. Vale lembrar, porém, que o projeto inicial foi fruto de uma série de debates promovidos pela Comissão de Reforma do Estatuto do Santa Cruz, presidida por Mário Godoy, a quem a reportagem tentou, sem sucesso, contactar.
“O que eu acho é que o Santa Cruz, ontem, saiu ganhando, na medida em que ficou definido em plenário que deve haver uma junção de esforços em uma comissão para examinar os documentos para adaptar o estatuto à legislação atual e, no caso desse exame, levar ao plenário o conceito final para ser executado no tempo certo. Foi isso que aconteceu ontem, com 90% dos conselheiros ponderando para não fazer reformas radicais, mas concordando também que há necessidade de algumas mudanças”.
Antônio ressaltou a importância de se fazer uma deliberação cuidadosa sobre a pauta da reforma estatutária. Ele ressaltou a necessidade de se fazer reformas no estatuto para atualizar o clube, mas discordou sobre a necessidade de uma alteração tão extensa no texto.
“Eu acho é fundamental muita ponderação nesse momento. É claro que você deve discutir o estatuto social do clube dentro do Conselho Deliberativo, que são os sócios eleitos para ser conselheiros e promover as reformas. Agora, é preciso tomar muito cuidado para não misturar a ação do estatuto, que é permanente, institucional e formal, com as questões do futebol. O Santa Cruz, com esse estatuto sendo atualizado a cada oito, dez anos, ganhou muitos campeonatos, fez toda sua história. Com os poderes que tem, construiu o maior patrimônio do Norte-Nordeste”.
Assim como o vice-presidente Tonico Araújo, em entrevista ao Superesportes, ALN também não se mostrou favorável à forma como a torcida foi inserida no debate da reforma. Ele ainda fez críticas ao comportamento de um grupo de torcedores no lado de fora do Arruda, durante a reunião do Conselho, na noite de terça.
“É preciso tomar cuidado para não fazer uso de uma reforma estatutária para inflamar a torcida. Ontem, a gente teve uma reunião extremamente normal, tranquila, dentro do conselho, com os conselheiros ponderando em relação a desmistificar algumas mudanças, acatando algumas mudanças, de maneira que a reunião começou pacífica e terminou pacífica. Tinha um grupo, que todo mundo estranhou, não sei se era da Intervenção Coral, que estava no lado de fora, tratando de forma agressiva os torcedores, mas isolados”.