O Estádio do Arruda está passando por uma série de obras e requalificações. As melhorias, porém, não resolvem os problemas que o local rende ao Santa Cruz, na visão de Evandro Carvalho, presidente da Federação Pernambucana de Futebol. O cartola afirmou ver o estádio como custoso e “obsoleto”, afirmando ser financeiramente vantajoso utilizar a Arena de Pernambuco, cujos problema de mobilidade foram tratadas por ele como “lenda urbana”.
Evandro afirmou sentir estranhamento pelo fato dos clubes recifenses fazer uso tão esparso da Arena. Na sua visão, um bom exemplo é o do Bahia, que vendeu estruturas que já possuía e tomou a Fonte Nova como casa. Para ele, o estádio próprio, com estrutura antiga, é motivo de despesas.
“Nós temos esse fenômeno que é estranho que os clubes nossos usam muito pouco (a Arena) e isso tem gerado um fator de desequilíbrio muito grande para nós. Por exemplo, o Santa Cruz tem um estádio pronto, que é um estádio antigo, obsoleto, que gera uma despesa enorme que o Santa Cruz arca, tendo uma Arena nova que ele não arcaria com despesa nenhuma”
Evandro também fez críticas à estrutura de clube social adotadas pelos clubes locais. Em sua visão, as estruturas para além do futebol também seriam mais uma fonte de custo com pouca contrapartida.
“É uma questão de rever conceitos, é uma questão de pensar a gestão do clube. Os nossos clubes tem essa feição de clube social esportivo. O Santa Cruz, basicamente é um time de futebol, ou deveria ser, mas na verdade é um clube social, tem um monte de coisa, e o que ele arrecada de sócio, não paga a despesa do parque aquático. É complicado por isso. Agora, o Santa Cruz vai pagar um bom dinheiro para tirar todo o gramado, fazer um gramado inteiramente novo, não deve ficar pronto para o começo de campeonato, não tem condição”.
Ele também falou sobre a atual condição do Arruda, que não está oficialmente qualificado na FIFA como local de treinos para eventuais grandes torneios.
“O Arruda não tem condição de nada, o Arruda, inclusive, não tem nem gramado. A qualificação (da FIFA) é dada no período, se no futuro, o estádio ficou apto, a gente revisa a qualificação do estádio. No momento, o estádio não tem condição de receber nenhuma partida de nenhuma categoria ou faixa de competição”.
Questionado sobre o tão falado problema de mobilidade da Arena de Pernambuco, o presidente da FPF afirmou se tratar mais de lenda urbana que de realidade. Em sua visão, o tempo de deslocamento até o estádio de São Lourenço da Mata está abaixo da maioria das outras sedes da Copa. Ele, porém, creditou parte da dificuldade no trânsito a um grande contingente de carros em detrimento ao uso dos ônibus disponibilizados pelo Governo.
“Na verdade, isso é mais uma lenda urbana. Nós fizemos um estudo em cima de todas as arenas do Brasil, à exceção de Brasília, Itaquera e tirando Maracanã, que também é dentro da cidade, mas a mobilidade é muito ruim, não tem metrô e está dentro da cidade. A Arena tem uma mobilidade que não é a ideal, mas, nos dias de grandes jogos, que a gente tem aquele modelo de gestão com o estado, que nós colocamos aqueles ônibus direto saindo do Shopping, da Praça do Derby, direto por Camaragibe. Nós temos um dos menores percursos em tempo, porque é via única, sem sinal, sem trânsito, nós temos o metrô, que se não é o ideal, é o possível. Então, na verdade, nós conseguimos fazer um escoamento da Arena em um tempo técnico considerado correto”.