O novo coordenador técnico do Santa Cruz é um velho conhecido. Auxiliar técnico de Milton Mendes em sua última passagem no Arruda, Thiago Duarte retorna pouco mais de um mês depois da saída para assumir a coordenação técnica do clube, integrando todas as categorias e departamentos ligados ao futebol coral. Com grandes pretensões, o novo coordenador revelou ao Superesportes o desejo de levar a equipe à elite, aumentando a presença de crias corais a até metade do elenco. Ele também deu detalhes de seu retorno ao Santa.
Sem receios, Thiago Duarte foi enfático ao afirmar que sempre teve interesse em permanecer no Santa Cruz. Segundo ele, o retorno se deu mais pela grandiosidade e pelo potencial de crescimento do clube, com o qual ele declarou ter a vontade de crescer junto e participar da história.
“No momento do meu desligamento, eu manifestei meu interesse de ficar, continuar no clube e disse que tinha um projeto pronto, mas era um projeto de auxiliar técnico e, ao meu ver, o auxiliar tem que ter essa visão mais sistêmica, conhecer todo o clube, todas as categorias, os atletas, então fiz um projeto tendo em vista isso. E na resposta, algumas semanas depois, eles me ofereceram uma proposta melhor ainda, de coordenação técnica, que não deixa de fazer a mesma coisa que o auxiliar faz, só que uma coisa um pouco mais abrangente, envolvendo todos os departamentos do futebol profissional e até mesmo as categorias de base”.
Projetando dar um padrão técnico, tático, comportamental para gerar uma identidade no Santa Cruz, Thiago almeja a ciração de hábitos de treino e jogo para serem replicados em todas as categorias, inclusive com a aplicação de um mesmo plano tático-estratégico no futebol coral.
“Basicamente, na parte do profissional é mais ou menos igual ao que um auxiliar técnico faz, ajudando na realização do treino, mas também, eu tenho a incubência de unir todos os dados de desempenho dos atletas para garantir um funcionamento coletivo de todos os departamentos além do departamento de futebol (...) Então eu vou fazer parte desse alinhamento metodológico dos departamentos físico, fisiológico, médico, fisioterápico (...) A gente precisa ter um mapeamento do atleta a longo prazo tanto do profissional quanto da base”.
Segundo Thiago, seu primeiro foco no Santa é a estruturação geral do clube, organizando todo o alinhamento entre as categorias para, depois, pensar nas identidades coletivas. Ele colocou, em primeiro momento, o trabalho com os profissionais como primordial para garantir o acesso à Série B e uma melhor organização do clube. A longo prazo, porém, o sonho é mais ambicioso.
“O objetivo do projeto é maximizar a utilização dos atletas da base e potencializar a performance deles. Fazer com que eles demorem menos tempo para se adaptar e consigam jogar melhor e treinar melhor no profissional (...) A intenção é essa, é chegar na Série A do Brasileiro com uma identidade de jogo bem forte, bem estabelecida e, com, no mínimo, entre 40% e 50% do elenco formado nas categorias de base. Com isso ser um clube autossustentável, consegue vender bastante, consegue captar bastante, consegue formar bastante”.