Artilheiro do Santa Cruz na temporada, com quatro gols, o atacante Pipico foi punido na última quinta-feira pelo Tribunal de Justiça Desportiva com seis jogos de suspensão pela expulsão na partida diante do Petrolina, no início do mês. Pena dada em um julgamento à revelia, sem a presença do defensores do Santa. Isso porque, segundo o vice-presidente jurídico Pedro Avelino, teve início antes do horário marcado. Nesta sexta, o presidente da 1º comissão disciplinar do TJD,
Edmilson Francisco contestou a alegação coral e garantiu que em nenhum momento o clube contou com advogados na sessão.
Segundo Edmilson, Pipico entrou na terceira pauta do dia e foi julgado após às 18h30, horário de início dos trabalhos. Sem defesa, os três auditores e o relator se basearam apenas na súmula do árbitro José Woshington da Silva, que descreveu o lance da expulsão do atacante tricolor de forma dura: "Expulsei aos 37 minutos do primeiro tempo (...) por golpear com seu pé direito as costas e nuca do seu adversário, e em seguida, golpear novamente com brutalidade utilizando as travas da chuteira do seu pé direito a região entre a coxa e o quadril do seu adversário."
Desta forma, por unanimidade, a decisão foi pela punição de seis jogos ao atacante do Santa Cruz. A pena variava de quatro a 12 partidas. "Posso precisar com certeza absoluta que o julgamento do jogador do Santa Cruz foi muito acima das 18h30. Temos certidões aqui na federação que não compareceu nenhum representante do clube. Em nenhum momento. E ai julgamos com a questão técnica. Veio uma denuncia muito pesada. A súmula veio muito carregada. E a única fonte que tínhamos para julgar era isso. Se houvesse defesa com vídeo poderíamos ter analisado e modificado. Mas não foi o que aconteceu. Dentro disso, o julgamento foi perfeito", alegou.
O presidente da comissão do TJD ainda afirmou que como o jogador foi julgado pelo seu nome de batismo, Wesley Henrique Lima Silva e Silva, os auditores não sabiam que se tratava de Pipico. "Ele poderia pegar de quatro a doze jogos. E o que é estranho é que, quando se pega um artigo pesado desse, caberia aos defensores do Santa Cruz ficarem monitorando. A gente não sabia nem quem era. Quem foi julgado lá foi Wesley. Só depois ficamos sabendo que se tratava de Pipico", pontuou.
De toda forma, o vice-presidente jurídico do Santa Cruz já afirmou que o clube irá entrar com um pedido de efeito suspensivo para o jogador poder enfrentar na próxima terça-feira, a Acadêmica Vitória, pela 7ª rodada do Estadual. O clube ainda irá recorrer da punição. Como cumpriu a automática, Pipico teria mais cinco jogos de gancho e só voltaria a defender o Santa Cruz no Campeonato Pernambucano caso o clube avance às semifinais.