"Eu vou falar sobre a modernização do Esporte Clube Bahia, que ocorreu através da atualização do estatuto em setembro de 2013, logo após o clube sofrer uma intervenção judicial. Além disso, vou abordar como essa atualização terminou impactando na gestão e na maneira de administrar o Bahia, que causou toda esta transformação que nós vimos nos últimos quatro ou cinco anos", pontua o ex-mandatário soteropolitano.
O convite para a palestra surgiu de um encontro do presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, com Sant'Ana em curso de gestão da CBF. Na ocasião, Tininho o convidou para falar sobre as inovações de sua gestão no Bahia, passagem que tornou Marcelo referência em gestão esportiva no país.
"Faço curso de gestão na CBF e acabei encontrando Tininho (Constantino Júnior) no mês passado. Foi aí que ele me propôs ir ao Santa Cruz para repassarmos nossa experiência no Bahia. Ele apenas me informou que precisaria conversar com o Conselho (Deliberativo) e que depois me ligaria. Então, semana passada ele acertou e depois me ligou oficializando o convite", ressaltou.
Entre as experiências inovadoras que o relato de Sant'Ana pode trazer ao Santa Cruz, ficam as mudanças no estatuto pelas quais o clube baiano passou no ano de 2013. "Nessa mudança, foram incluídos temas como o voto direto do sócio para presidente, a diminuição dos cargos políticos no Bahia - hoje o clube possui apenas os cargos de presidente e vice-presidente como cargos políticos no estatuto. O presidente e o vice-presidente são remunerados e são obrigados a dar dedicação exclusiva."
Sobre a distribuição dos poderes no clube, tema que está bastante em voga nas Repúblicas Independentes do Arruda, Sant'Ana explica o que foi feito a partir de seu mandato. "A composição do Conselho Deliberativo passando a ser plural - a chapa que ganha não mais tem todas as cadeiras, a composição passou a ser proporcional -, o número de conselheiros foi reduzido de 300 para 100, acabamos com a questão de beneméritos e grandes beneméritos."
Competitividade
Estas práticas foram muito importantes para a recuperação o patrimônio do clube, além de torná-lo competitivo novamente, com a capacidade de fazer investimentos e a melhoria dos resultados dentro de campo. "Trouxemos também novas práticas de governança corporativa, de compliance e de transparência e tudo isso fez muito bem ao clube. Tanto como instituição, que tem se recuperado e está conseguindo recuperar patrimônios, além de investir, como no time de futebol do Esporte Clube Bahia, que tem melhorado seus resultados ano a ano. Se compararmos os últimos três ou quatro anos do Bahia com os 20 anos anteriores, percebe-se de maneira muito evidente a mudança de patamar do clube."
Por fim, Marcelo coloca que a proposta para o evento é apresentar uma nova forma de gerir um clube de futebol, para que os dirigentes corais possam se utilizar disso para trazendo os bons dias de novo ao Santa. "Vamos abordar este tipo de situação e pontuar como o Santa Cruz poderia absorver algumas situações através da nossa experiência com acertos e erros para que eles se beneficiem trazendo estas informações para a realidade do clube, para que o Santa volte a ser aquele time competitivo e vencedor que nós acompanhamos durante boa parte de sua história", finalizou.