Condenado a passar pelo menos mais uma temporada na Série C, o Santa Cruz irá depender essencialmente de uma boa largada em 2019 para ter um ano minimamente mais tranquilo em termos financeiros. Sem o acesso, por ora, não receberá novamente as famosas cotas de televisão, em geral, a principal fonte de receita dos clubes nacionais, para disputar o Campeonato Brasileiro. A principal renda, bem como ocorreu neste ano, virá das participações nas Copas do Brasil e do Nordeste, além do Campeonato Pernambucano. As principais diferenças passam pelo desempenho da equipe, visto que nesta temporada o Tricolor foi eliminado em todos os mata-matas que disputou, e pela não antecipação de cotas.
Durante a Série B 2017, imerso às dívidas com o elenco, o Santa Cruz precisou antecipar a cota do Campeonato Pernambucano deste ano (R$ 950 mil), assim como R$ 1 milhão referente à primeira fase do Nordestão. Do valor referente à primeira fase da Copa do Brasil, o clube antecipou 60% dos R$ 500 mil - ou seja, para este ano, restou R$ 200 mil. “Mesmo com o orçamento apertado, não antecipamos um real”, garantiu o presidente do clube, Constantino Júnior, diferenciando-se do antecessor, Alírio Moraes.
Sendo assim, a conta é simples. Desconsiderando o provável reajuste nas cotas, o Santa Cruz tem como base receber R$ 500 mil pela primeira fase da Copa do Brasil. Da Copa do Nordeste, mais R$ 1 milhão - mesmo valor que o clube recebe para participar do Estadual. A Série C não gera receita alguma, senão ajuda de custos, como passagens aéreas. Ou seja, o Tricolor tem de largada para o ano que vem R$ 2,5 milhão - apenas se tivesse subido à Série B receberia R$ 6 milhões de cotas de televisão. Na Série A deste ano, o Sport recebeu R$ 35 milhões de tevê.
Obviamente, outros recursos irão compor a receita coral: bilheteria, patrocinadores, sócios, dentre outros. “Vamos buscar soluções, viabilizar um patrocinador master, que não tivemos este ano. Temos que aproveitar esse tempo para pensar o clube com muita gente nova cuidando e nos ajudando”, disse Constantino.
Receitas em campo
Nesta temporada, o Santa Cruz acabou eliminado nos quatro mata-matas que disputou. O que gerou uma perda de receita enorme, sobretudo, na Copa do Brasil, o torneio mais rentável. Avançar à segunda fase dá uma premiação de mais R$ 600 mil, à terceira, R$ 1,4 milhão. Dinheiro que, por exemplo, deu alicerce financeiro ao Náutico neste ano, já que o Timbu foi até a quarta fase da competição.
Com uma folha salarial que girou em torno de R$ 250 mil em 2018, o presidente do Santa Cruz estima que terminará a temporada sem gerar qualquer novo passivo ao clube. Embora ainda devendo a folha salarial do mês de julho aos atletas, Constantino Júnior afirmou que cada atleta será chamado para negociar individualmente as pendências com o clube.