As imagens das cenas chocantes ocorridas nos confrontos entre uniformizados, no último domingo, antes do jogo entre Santa Cruz e Remo, no Arruda, estão sendo analisadas pela Polícia Civil, através da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva. Ao todo três feridos, envolvidos na briga, foram levados para o Hospital da Restauração (HR). Um deles, já foi liberado na mesma noite do incidente. Nenhum dos envolvidos é do estado do Pará. Todos são pernambucanos.
O delegado Paulo Moraes, em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, contou que a polícia já está analisando vídeos das agressões recebidos pelas redes sociais. Além disso, também aguarda as filmagens das câmeras dos prédios, da CTTU e SDS para auxiliar na identificação dos agressores. Porém, ele justifica que antever essas barbáries ainda é algo difícil de se conseguir.
“A Polícia Civil, quanto a Militar, vem monitorando essas torcidas. A nossa inteligência vem trabalhando em cima disso. Mas as coligadas de ontem (domingo), do Remo, aliada da (Torcida) Jovem, toda vez que vem jogar com Santa Cruz ou com o Náutico, acontece esse tipo de incidente. A polícia muitas vezes se prepara para isso, mas eles mudam muitas vezes o local de atuação, como ocorreu ontem. As agressões foram feitas em pontos que não vinham ocorrendo nos jogos passados. Isso foi uma estratégia deles. Agora, que a gente sabia que ia ter a agressão, sabia”, relata o delegado.
Vândalos entram em confronto na Rua Cônego Barata, Zona Norte do Recife, antes de Santa Cruz x Remo pela Série C do Brasileiro. pic.twitter.com/E43mvLXFf5
%u2014 Superesportes PE (@superesportesPE) 8 de julho de 2018
Organizadas
Segundo Paulo Moraes, o ocorrido é uma represália da briga entre as duas uniformizadas no aeroporto de Belém, em maio, quando Santa Cruz e Remo se enfrentaram nos jogos de ida do Grupo A. Além desse caso, aconteceu também uma emboscada feita pela Inferno Coral contra a Remoçada, na Paraíba, após o jogo entre Botagofo-PB e Remo. Entretanto, para o delegado, acabar com essas associações não servirá para acabar com os confrontos.
“Particularmente, sou contra a extinção das organizadas. Não é isso que vai impedir a violência. Elas vão deixar de existir, mas eles vão continuar se reunindo e agredindo. Não é isso que vai evitar as agressões nos jogos de futebol”, explica.
Internados
Ao todo, três pessoas deram entrada no Hospital da Restauração vítima da selvagerias antes do jogo entre Santa Cruz e Remo. O estado mais grave é o de Bruno Felipe de Lins Freire, 23 anos, que segue internado e em observação. Os demais agredidos são Gabriel Barbosa Gonzaga, 28 anos, e Diego Trindade de Araújo, 26 anos. O primeiro realizou exames, está estável, mas segue em observação. Este último foi liberado ainda na noite do domingo e, segundo informações coletadas junto a familiares, trabalha como eletricista e é torcedor do Sport.