Além das tristes cenas de violência fora do estádio, o torcedor que foi ao Arruda ainda presenciou o clima pesar entre atletas e comissão técnica do Remo e a arbitragem. Mais do que isso, ao fim do jogo vencido pelo Tricolor, observou das arquibancadas as agressões verbais e também físicas proferidas pelos paraenses ao quarto árbitro do jogo, o pernambucano Nielson Nogueira Dias. O ocorrido foi pontuado na súmula, ainda que de maneira imprecisa e equivocada.
Afinal de contas, agredido pelas costas por um membro da comissão técnica do Remo ao fim do jogo, Nielson não conseguiu identificar o autor do ato covarde. Nem tampouco se deu conta de que as agressões não se deram através de "socos", tal qual o árbitro Rodrigo Nunes de Sá (RJ) relatou no documento. Na verdade, os golpes sentidos pelas costas se deram através de uma "canetada" e o autor foi o preparador de goleiros do Remo, o Juninho.
O agressor, facilmente identificável através das imagens da transmissão do canal por assinatura Esporte Interativo (EI), preocupa-se em apertar o gatilho da caneta e certifica-se que a ponta está para fora antes de proferir dois golpes contra Nielson, que não reage à ação. Apesar da tentativa de uma perfuração, a súmula atesta que o quarto árbitro não sofreu maiores danos físicos. Em entrevista ao EI, Juninho afirma que pediu desculpas ao árbitro e elas foram aceitas. Abaixo, o relato da súmula sobre essa agressão e em seguida o vídeo com a cena.
Segundos após a expulsão do atleta Roberto Zulian Júnior (o Vacaria), da equipe do clube do Remo, que o mesmo (Nielson Nogueira) foi cercado por integrantes do banco de reservas da equipe do Remo, próximo à lateral do campo de jogo entre os dois bancos de reservas, onde houve vários questionamentos sobre a expulsão, quando sentiu 02 (dois) socos nas costas, próximo a parte lateral direita da cintura, não sendo possível identificar o agressor nem que direção o mesmo tomou, pelo fato do referido 4º árbitro estar voltado com sua visão para frente, (...) sendo a agressão ocorrida pelas costas. O 4º árbitro ainda tentou, de forma frustrada, identificar o agressor, não sendo possível. Relatou também que foi constatado por toda equipe de arbitragem, já no vestiário, que não houve nenhuma lesão no local provocada por esses golpes, não sendo necessária a condução ao órgão legal competente.
No trecho gentilmente cedido pelo @einordeste, o preparador de goleiros do Remo Juninho afirma que pediu desculpas pela agressão ao árbitro Nielson Nogueira Dias. https://t.co/usoS0swtsZ pic.twitter.com/SmDzJN0iAI
— Superesportes PE (@superesportesPE) July 9, 2018
Aos 47 (quarenta e sete) minutos do segundo tempo da partida expulsei do banco de reservas com cartão vermelho direto o sr. roberto Zulian Júnior (o Vacaria), nº 14, da equipe do Remo, por haver reclamado de maneira grosseira e ofensiva ao 4º árbitro, proferindo as seguintes palavras: "Seu filho da *. isso é uma palhaçada. Eu sou pai de família, seu filho da *". O atleta se encontrava em pé, próximo a lateral do campo de jogo e já havia sido advertido reiteradas vezes pelo 4º árbitro para retornar ao seu local no banco de reservas. O atleta relutou em deixar o campo de jogo, partindo para próximo ao 4º árbitro e proferindo as seguintes palavras: "Você é um palhaço. Eu sou pai de família. Você é um filho da *." Informo ainda que o atleta expulso, que se encontrava no túnel de acesso ao seu vestiário, após o término da partida, invadiu o campo de jogo, atravessando todo o gramado, aproximadamente uns 80 metros, dirigiu-se a presença da equipe de arbitragem, que ainda se encontrava no gramado, e proferiu as seguintes palavras: "Vocês são um bando de filho da *. Eu sou pai de família. Estou com 03 (três) meses de salário atrasado e vocês fazem essa palhaçada aqui." O atleta expulso foi contido pelos seus companheiros de equipe e pela presença da Polícia Militar.