Constantino Júnior, no entanto, foi comedido ao ser questionado se solicitaria uma “interdição” da Ilha do Retiro. Apesar das críticas ao estádio do Leão, o presidente evitou ser mais contundente sobre as decisões que serão tomadas. Ele ressaltou ainda que irá tentar transferir a data da partida da quarta-feira para o domingo.
“Vamos ter essa reunião. Na minha concepção, (a Ilha) não oferece condição (de receber o clássico). Da forma foi colocado ontem, não tem condição. Vamos falar com o Ministério Público, não posso falar por mim só porque temos o departamento jurídico que tem poder decisão em conjunto. Mas, na minha visão, não tem condições de receber um jogo dessa magnitude. Se nao conseguiu receber em um jogo de final de turno, que não valia nada. Imagine em um jogo decisivo?”, questionou.
Sobre o horário da partida, marcado para as 21h45 da próxima quarta-feira, Constantino também fez ponderações. “Um desses na quarta à noite? Deveria ser final de semana. Depois de um caos pela cidade, com encontros de torcidas nos terminais, um terror pela cidade... Se o bom senso prevalecer, esse jogo passa para o final de semana. Aí cabe à Polícia Militar, aos órgãos competentes ver se há condição ou não. Na minha concepção, não tem (condição de ter o jogo à noite)”, disse.
“Parece um curral”
Constantino Júnior também não se furtou de tecer críticas à estrutura da Ilha do Retiro. Apesar de afirmar que “não gostaria de apontar para um culpado” com o ocorrido no estádio, o presidente ressaltou que jogo após jogo, o torcedor coral encontra dificuldades de acesso e de tratamento no estádio. Ele chegou a dizer que a entrada da torcida visitante na ilha “parece um curral”. Além disso, criticou a quantidade de catracas disponível: apenas quatro, segundo ele.
“Você chega à Ilha sempre sob hostilidade, passa por um setor apertado… De toda forma é inaceitável o que aconteceu. Pais de família, pessoas de bem que acreditam futebol e se dispõe em sair de casa para um jogo as 22h... A gente pede tanto torcedor comparecer. É um golpe no futebol um despreparo como o de ontem. E cenas repetidas! Não esperavam tantos torcedores? Mas não sabiam desses dados (ingressos vendidos) antes? Não quero apontar dedo para ninguém, mas é inaceitável o tratamento ao nosso torcedor. Será que é preconceito? Que falta de respeito é essa torcedor?”, lamentou.