Santa Cruz

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Discussão nos vestiários, caos financeiro e estresse de Grafite: a coletiva de Martelotte

Técnico tricolor revelou que o atacante pediu para ser sacado do time no intervalo do jogo por não aguentar o acúmulo de estresse dos últimos dias

postado em 14/11/2017 23:29

Ricardo Fernandes/DP
Momentos antes do técnico Marcelo Martelotte chegar à sala de imprensa, um grande barulho de discussão ecoou do vestiário do Santa Cruz. Em poucos segundos, ela foi cessada e criou-se uma expectativa sobre o ocorrido. Em entrevista coletiva após o empate com o Paraná, na noite desta terça-feira, no Arruda, o treinador foi questionado sobre o assunto, mas logicamente não revelou os detalhes dos bastidores corais. Por outro lado, fez uma revelação inesperada e contou que Grafite pediu para ser substituído no intervalo da partida. 

“Eu nem sei se poderia falar isso, mas o Grafite pediu para sair por estresse. Já não teve concentração, houve uma reunião de mais de uma hora para se decidir sobre isso e era natural que houvesse esse estresse. Grafite, que é um dos líderes, sentiu esse peso e ele teve uma importância grande nessa decisão. A cabeça dele não estava no jogo”, afirmou Martelotte.

O estresse de Grafite logicamente foi causado pelos problemas dos salários atrasados e que têm atingido todo o grupo coral. Situação que o técnico afirmou sempre ter tentado contornar, mas sabia que haveria um limite para que os atletas segurassem o caos interno vivido pelo clube. O extremo chegou e Martelotte elogiou a postura deles terem entrado em campo nesta terça-feira por considerar que seria uma catástrofe não ter o time em campo.

“Nesses meses que passei no Santa Cruz evitei falar sobre esse assunto e os jogadores acreditaram nisso. Mas tem um limite e o limite foi após aquele jogo contra o Náutico. Nesses meses que evitamos tocar no assunto, nada aconteceu. Não precisa mais de conversa, precisa de solução. O mais importante de hoje foi ver o Santa Cruz subir para o gramado. Seria um vexame tão grande que isso foi o mais importante”, afirmou.

A misteriosa discussão no vestiário só confirma que o clima segue tenso e que a situação está longe de ser resolvida. As palavras de Martelotte reforçaram isso e o técnico mais uma vez mostrou seu apoio aos seus atletas. “Posso garantir que se os jogadores entrarem em campo nesses dois jogos, estarei em campo. A não se que me mandem embora. Agora, se não tiver time, não adianta ter técnico. Se eles tomarem a decisão de que teremos os dois jogos, farei o meu papel”, prometeu.

Para acalmar os ânimos, o comandante coral decidiu liberar a equipe dos treino que estava programado para esta quarta-feira no Arruda. O elenco só voltará a treinar na quinta-feira à tarde e deve viajar cedo para Belém na sexta-feira.