“Que orgulho do seu pai. Joguei com 50 mil pessoas no Arruda. Se fizer certinho, vai dar certo para você". Essa foi a mensagem que o zagueiro Guilherme Mattis, novo reforço do Santa Cruz e que foi apresentado oficialmente nesta quarta-feira, recebeu do seu pai Robson. O ex-atleta, que atuava como lateral-esquerdo e zagueiro, defendeu o Tricolor em 1997. Guilherme acompanhava tudo de perto. De dentro do campo quando podia, inclusive. “Meu pai veio do Guarani, quando eu tinha sete anos. Vinha muito assistir os treinos. Os jogadores me trolavam bastante, davam cascudo e era muito legal ver tudo de perto. Tenho grandes amigos que jogaram aqui também. Luisinho e o General (Bruno Moraes) me falaram muito bem daqui”, revelou o defensor.
O zagueiro sabe que a situação do Santa Cruz, hoje, é diferente. A paz que ele vivenciou na infância, ou os bons momentos que seus amigos tiveram no clube, passam longe do Arruda. Com o clube na zona de rebaixamento da Série B, Mattis sabe que o objetivo é pensar em sair dessa colocação incômoda, e nada além disso. “Minha expectativa é jogo a jogo. Não podemos vender ilusão para ninguém. Temos que acreditar sempre e amanhã (sexta-feira) teremos um jogo decisivo para nossa sequência na Série B. Muita coisa ainda pode acontecer”, pontuou.
Mattis ainda não sabe se poderá ajudar já em campo. A expectativa é que ele esteja à disposição para enfrentar o Goiás, nem que seja no banco de reservas. Com poucos zagueiros no elenco e com Anderson Salles treinando com uma proteção no rosto, Mattis pode ser acionado em caso de emergência. Além de estar em total ritmo de jogo, pois estava atuando na Série C pelo Bragantino, o defensor também pode ajudar com gols através das bolas aéreas. Já foram seis marcados nesta temporada e ele não esconde que gostaria de fazer mais.
“Acho que eu tive uma grande sequência de jogos nesse ano e é importante para mim. O jogador precisa de ritmo de jogo e cheguei preparado fisicamente e com ritmo. Se for para começar no banco ou jogando estarei aqui para ajudar. O nosso momento é de transmitir energias boas a quem estiver em campo. Fico muito feliz quando faço gol porque para zagueiro é diferente. Fiz um gol decisivo no último sábado, mas lógico que a prioridade é defender. Aqui no Santa Cruz temos jogadores com capacidade de resolver lá na frente. Mas, se puder ajudar, será legal.”
O zagueiro poderá ajudar também com sua experiência. Ele passou por uma situação idêntica à do Santa Cruz no Bragantino, clube em que estava jogando. Mattis ainda fez o gol decisivo que livrou o time do rebaixamento na última rodada e pode afirmar que tudo é possível, mesmo em uma situação como essa. “Na verdade, a gente pouco conversou, mas todos sabem da situação que eu estava no Bragantino. É um grupo experiente, que já passou por situações parecidas. O que posso fazer é passar boas energias e agregar no dia a dia. Futebol é simples. É trabalhar com seriedade para sair dessa situação.”