O grande espaço deixado entre o ataque e a linha defensiva tem sido responsável por vários aspectos negativos no time coral. Por ter tanto espaço entre os jogadores, os adversários têm atuado como desejam e fizeram o último mês da equipe ser um verdadeiro inferno. Foram seis derrotas consecutivas e diminuir os espaços tem sido quase uma obsessão para o novo técnico tricolor.
“Nosso time estava muito espaçado. Isso criava espaço para o adversário penetrar no nosso setor defensivo. Ele detectou isso muito rápido. Trabalhou isso semana passada e nessa semana agora. estamos trabalhando marcação sob pressão também e já dá para perceber que a equipe deu uma mudada nesse aspecto. Ele para e orienta mostrando o que ele quer”, contou o volante Derley.
Outro problema que os grandes espaços traziam era uma criação ofensiva fraca. O Santa Cruz tem um dos piores ataques da Série B, com apenas 23 gols em 22 rodadas e a compactação pode ser a solução para melhorar a produção ofensiva. É com as linhas mais próximas, trocas de passes rápidas e transição veloz que Martelotte tem buscado melhorar a sua equipe. Por isso o técnico também mudou o esquema tático do 4-3-3 para o 4-4-2. Com duas linhas de quatro bem definidas fica bem mais difícil para os adversários penetrarem na defesa coral. Ao menos na teoria.
A ironia de todo esse desejo por mais proximidade entre os atletas dentro de campo era o fator que faltou na sua última passagem pelo Santa Cruz. Enfrentando problemas no início da temporada 2016, após o acesso à Série A em 2015, Martelotte perdeu o posto de técnico por não fazer a equipe render o mesmo futebol que fez o Tricolor conquistar o acesso. No seu lugar assumiu Milton Mendes e a primeira coisa que o substituto fez foi o mesmo que Martelotte está fazendo agora. Ajustou a defesa e compactou a equipe. Resta aguardar e observar se o efeito é o mesmo.