Santa Cruz

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Apresentado, Grafite fala sobre metas no Santa Cruz e coloca aposentadoria em dúvida

No início da coletiva, atacante falou que deve se aposentar no fim do ano, mas ao longo da entrevista colocou decisão em xeque e deixou futuro em aberto

postado em 14/08/2017 15:33 / atualizado em 14/08/2017 15:53

Rafael Brasileiro/DP
Grafite voltou ao clube em que realmente apareceu para o futebol brasileiro. Voltou para o clube que ele chama de casa e se sente bem. Mesmo após a polêmica saída em 2016, o atacante minimizou o que ocorreu no último mês de dezembro. Afirmou que está tudo em paz e que o pensamento é no futuro.

Com 18 jogos pela frente na Série B, Grafite deixou a sua aposentadoria em dúvida. O que parecia certo, agora é duvidoso. Tudo depende de como ele se comportará em campo. Se os gols, atuações e até um acesso à Série A ocorrerem como ele espera, tudo pode mudar. Por enquanto, ele só pensa em ajudar da melhor forma que for possível. Uma missão dura, mas que ele sabe como sair.

O atacante ainda explicou como foi o seu retorno, confirmou que pensa em trabalhar com futebol no futuro, agradeceu por seu número continuar intacto e revelou que ainda não sabe como atuará sob o comando de Givanildo Oliveira. Abaixo, confira tudo o que o camisa 23 falou.

O que foi decisivo para o retorno?

O fato do clube querer que eu voltasse foi determinante. Fui procurado por vários clubes, mas sempre tive esse sentimento de querer voltar ao Santa Cruz. A maneira que eu sai do clube, eu achei que foi normal, mas tiveram dúvidas sobre isso. Eles (direção) colocaram os pontos de vista deles e eu coloquei os meus. O sentimento pelo clube foi decisivo e achei que seria a melhor opção para terminar a minha carreira aqui no fim do ano.

Situação na tabela similar a de 2015

Analisando pelos números de 2015 e de hoje são bem similares mesmo (Santa Cruz estava a 9 pontos do G4 em 2015 e agora está a 11 do G4). Mas são outras circunstâncias. Em 2015, não foi apenas o fato de eu ter chegado que fez o Santa Cruz ir para a Serie A. Foi a chegada de Martelotte (técnico), de outros atletas. A situação hoje é mais delicada e mais difícil. São quatro jogos sem vencer. Ainda teremos eleições no fim do ano e tudo isso complica bastante. Espero que possa estar agregando. Sei da minha influência dentro do clube e meu maior objetivo é ajudar dentro de campo.

Número 23

Eu não falei nada sobre o número. Depois que saiu esse fato (Bruno Paulo pediu a 23, mas a direção não permitiu), eu vi e soube que a direção não tinha autorizado. Fico feliz pelo reconhecimento da diretoria. É um número que eu gosto de jogar e está eternizado na minha carreira.

Aposentadoria garantida no fim do ano?

Ano passado, eu tinha isso em mente também e fiz uma temporada muito boa. Fui vice-artilheiro do Brasileiro e surgiu a oportunidade de jogar uma Libertadores novamente. Se eu repetir o que eu fiz nesses quatro meses, posso repensar nisso. Mas estou pesando muito. Comecei a pensar em alguns projetos fora do futebol. Vou pensar nisso.

Torcida dividida sobre o seu retorno

É normal ter um certo receio sobre a minha volta. O ano de 2017, não foi tão bom como o ano passado. Eu tive um primeiro semestre no Atlético-PR que não rendi o que eu podia. Sei do meu potencial e sei o que posso acrescentar à equipe. Só marquei um gol pelo Atlético-PR. Sei que via existir a cobrança e os festejos. Espero reverter essa desconfiança jogando bem e mercando gols.

Primeiro treino e condição física

Me senti bem no primeiro coletivo. No sábado também treinei pela manhã e acho que em 10 dias tenho condições de atuar. Não sei 90 minutos, mas alguns minutos. Contra o Guarani, eu não tenho certeza, mas com o CRB devo estar pronto.

Projetos para 2018

Não tivemos ainda nenhuma conversa (sobre carreira após o futebol no Santa Cruz) e vai depender muito da minha performance no fim do ano. É um projeto que eu tenho e apareceram muitas coisas e outros clubes. Prefiro me capacitar primeiro e mesmo conversando com profissionais que fizeram isso sei que é uma transição difícil. É um ano de eleição no clube e não sabemos como ficarão as coisas aqui no clube. Quem sabe se houver um acordo com a diretoria na parte administrativa, acho que não teria problema algum. Mas no momento minha cabeça está como jogador ainda.

Conversa com Givanildo Oliveira

Eu conversei com o Givanildo há duas semanas. Ele me perguntou como eu estava e como estava minha cabeça. Falei que queria jogar e que iria fazer parte do grupo. Ainda não tive essa conversa sobre como vou jogar com o Givanildo. Todos conhecem minha capacidade dentro de campo. Sei que temos grandes atacantes como o Halef, o Bruno e o Bueno. Não decorei o nome de todo mundo, mas não tem isso que vou entrar por ser o Grafite. Temos que juntar as forças para brigar pelo acesso.

Ações trabalhistas e dívidas com o Santa Cruz

A questão judicial foi o primeiro tema que conversamos. Eu abri mão de algumas coisas, sim. O clube também abriu mão de outras. A questão salarial também foi negociada. Não seria justo eu chegar com o mesmo salário que eu tinha no Atlético-PR. Se estivesse aqui, no lugar dos jogadores, também não gostaria de ver essa situação. Vamos seguir e se não houvesse esse acordo, eu não teria voltado. Quando soube do interesse na volta fiquei muito contente, mas, assim como foi em 2015, nunca pensei na parte salarial.

O objetivo é o acesso ou permanência?

Eu acho que para pensar no acesso temos que sair dessa zona que estamos. Somos o primeiro time que está fora da zona hoje e não estamos tão longe da zona de acesso. Não é uma diferença tão grande e se você ver a equipe do Inter estava em oitava lugar e hoje é o segundo. Temos que pensar em permanecer na Série B. Um trabalho bem feito no segundo turno e podemos pensar no acesso.

Metas de gols

Não sou muito de falar em números. Lá no Atlético-PR fiz a besteira de falar em metas e depois que marquei na estreia começaram a me cobrar. Disseram que faltavam apenas 29. Não falei em fazer 30, mas que queria fazer mais gols do que o ano anterior. O Carlos Alberto até brincou que eu teria que fazer seis anos de contrato para cumprir a meta. Não vou prometer meta. Temos grandes jogadores aqui também e vou deixar isso acontecer naturalmente.

Dupla com Ricardo Bueno

Acho que tem condições, sim. Não vejo problema nenhum. Vi alguns jogos e sei que ele pode sair mais da área e também me movimento bem. Não sei como o Givanildo vai querer montar um time, mas acredito que seja uma possibilidade, sim.