“Na minha opinião, alguns jogadores não estão no perfil do Santa Cruz. Estávamos acostumados ao time de guerreiros. Desde 2011, vínhamos formando grupos que trabalhavam com ou sem crise, com pagamento em dia ou atrasado e com pressão da torcida. Esse atual elenco é mais profissional e entendo eles. Não estou querendo respaldar os salários atrasados. Reconheço que isso é um erro de gestão”, afirmou o dirigente.
Os salários atrasados têm sido um calo da sua gestão e Alírio Moraes admitiu que essas dívidas estão atrapalhando o desempenho da equipe. “Temos que resolver isso. Podemos fazer uma boa Série B sem risco de queda e com a possibilidade de acesso. Os bloqueios (judiciais de verbas) prejudicaram até a montagem do elenco. Esses atrasos fizeram com que vários jogadores não viessem por temor de que isso ocorresse. Tivemos que montar o elenco possível e não o ideal”, declarou.
Para que o atual elenco se preocupe menos com salários e mais com o dia a dia dentro de campo, o presidente do Santa Cruz confirmou que uma parte da dívida deve realmente ser paga nesta sexta-feira e esse será o primeiro passo para que o clube inicie uma nova fase no ano.
“Vamos tentar pagar essas folhas e me comprometi a pagar ao menos uma folha nesta sexta-feira. Os recursos estão vindo de lugares diferentes e, por isso, não devo conseguir pagar as duas (folhas) que estão em atraso de uma vez. Na semana seguinte devemos ter essa verba para pagar a outra folha e assim já podemos planejar algumas contratações. Givanildo, quando chegou, pediu tempo para avaliar o elenco e iremos nos reunir para trazermos alguns reforços. Para que alguns cheguem, talvez algumas dispensas tenham que ser feitas. Mas não me envolvo nisso. É decisão de Givanildo. A única coisa que posso fazer é ir atrás de reforços”, revelou.
Redução das dívidas
Recebendo bastantes críticas nas redes sociais após uma entrevista para o Jornal do Commercio, Alírio explicou em que ponto a sua gestão é uma das três melhores do país. Segundo o mandatário, o clube diminuiu as suas dívidas trabalhistas em 2016 e por isso foi bem ranqueada em auditorias. “O que aconteceu foi um mal-entendido. Dei uma entrevista e não é a gestão como um todo, mas sim a redução das dívidas trabalhistas que foram diminuídas. Com esses pagamentos praticamente a cada R$3 que Santa Cruz ganha, apenas R$1 vai para o clube pelo pagamento dessas dívidas”, esclareceu.