Santa Cruz

SANTA CRUZ

Salles e as cobranças de falta: Superesportes destrincha aproveitamento no Santa Cruz

Defensor transformou em gol um terço das faltas frontais que bateu; quase 80% das cobranças tem tomado a direção das metas adversárias

postado em 31/03/2017 08:11 / atualizado em 31/03/2017 09:42

As cobranças de Anderson Salles em direção ao gol (clique na imagem)

As comparações de Anderson Salles com grandes cobradores do futebol brasileiro estão se tornando inevitáveis ultimamente no Santa Cruz. O técnico Vinícius Eutrópio já o equiparou no fundamento a nomes como Marcos Assunção, Éder Aleixo e até Roberto Carlos. Halef Pitbull opinou que o colega era o melhor batedor do Brasil na atualidade. Exagero ou não do treinador e do centroavante, o zagueiro é uma das principais armas ofensivas do Tricolor em 2017. Com inspiração declarada em Marcelinho Carioca, o jogador ostenta números impressionantes. O Superesportes fez um levantamento de todas as faltas frontais batidas por ele na equipe coral neste ano e constatou um elevado índice de acerto.

Nas nove partidas que atuou pelo Santa Cruz, seis delas como titular do time, Salles teve também nove chances de bater faltas frontais. Em um terço delas, colocou a bola para o fundo das redes. Se a bola não entrou, porém, ficou muito perto de entrar. De todas as cobranças, sete delas tomaram a direção do gol. O que significa quase 80% do total - 77,7%, exatamente. As piores performaneces do zagueiro foram duas, quando acertou a barreira.

Não de hoje que Salles se mostra um especialista no fundamento. Revelado no Santos, em 2008, começou a se empoderar nas cobranças de falta, pênaltis e até escanteios somente três anos depois, no Ituano-SP. Desde lá, não parou de fazer gols desta maneira. Dos 26 que já marcou na carreira a partir de então, 23 acabaram sendo provenientes de bolas paradas - 12 de penalidades máxima e 11 em cobranças de falta.

Quando se apresentou ao Santa Cruz, Salles teve a chegada eclipsada pela vinda do atacante Zé Carlos no mesmo dia, durante a pré-temporada, em Olinda. O atacante nem chegou a ficar no clube. Pouco sabia a torcida que era o zagueiro quem seria responsável por boa parte dos gols do Tricolor no ano: 16,6% dos 24 marcados até aqui. Ele avisava que ia usar o “dom”, como preferiu chamar a sua habilidade, para ganhar uma vaga entre os titulares. Aptidão que aprimora a cada treinamento, embora sem exaustão nas repetições.

Zagueiro de qualidade razoável com a bola rolando, desbancou da vez Jaime da equipe principal e se tornou um trunfo de Eutrópio. Com um gol também marcado de pênalti, já é o terceiro artilheiro do time na temporada: atrás apenas dos atacantes Halef Pitbull e Everton Santos - com seis e cinco, respectivamente.
Rodrigo Baltar/Santa Cruz