As cobranças de Anderson Salles em direção ao gol (clique na imagem)
Nas nove partidas que atuou pelo Santa Cruz, seis delas como titular do time, Salles teve também nove chances de bater faltas frontais. Em um terço delas, colocou a bola para o fundo das redes. Se a bola não entrou, porém, ficou muito perto de entrar. De todas as cobranças, sete delas tomaram a direção do gol. O que significa quase 80% do total - 77,7%, exatamente. As piores performaneces do zagueiro foram duas, quando acertou a barreira.
Não de hoje que Salles se mostra um especialista no fundamento. Revelado no Santos, em 2008, começou a se empoderar nas cobranças de falta, pênaltis e até escanteios somente três anos depois, no Ituano-SP. Desde lá, não parou de fazer gols desta maneira. Dos 26 que já marcou na carreira a partir de então, 23 acabaram sendo provenientes de bolas paradas - 12 de penalidades máxima e 11 em cobranças de falta.
Quando se apresentou ao Santa Cruz, Salles teve a chegada eclipsada pela vinda do atacante Zé Carlos no mesmo dia, durante a pré-temporada, em Olinda. O atacante nem chegou a ficar no clube. Pouco sabia a torcida que era o zagueiro quem seria responsável por boa parte dos gols do Tricolor no ano: 16,6% dos 24 marcados até aqui. Ele avisava que ia usar o “dom”, como preferiu chamar a sua habilidade, para ganhar uma vaga entre os titulares. Aptidão que aprimora a cada treinamento, embora sem exaustão nas repetições.
Zagueiro de qualidade razoável com a bola rolando, desbancou da vez Jaime da equipe principal e se tornou um trunfo de Eutrópio. Com um gol também marcado de pênalti, já é o terceiro artilheiro do time na temporada: atrás apenas dos atacantes Halef Pitbull e Everton Santos - com seis e cinco, respectivamente.