Quem toca a construção é a Comissão Patrimonial do Santa Cruz, presidida por Antônio Luiz Neto. Um poder que funciona à parte do Executivo. A pasta possui uma reserva que precisará ser complementada com doações dos torcedores para que o centro de treinamento ganhe forma. Por isso, a conclusão do CT não tem prazo definido.
“O caixa da Comissão não tem como financiar a obra. Deveremos desenvolver campanhas de arrecadação de fundos para este fim. No momento, achamos melhor não alimentar expectativas falsas. Estamos iniciando. Quem não começa não termina. O nosso patrimônio foi edificado pela torcida. Certamente, teremos o apoio irrestrito dos tricolores para a construção do CT”, disse Antônio Luiz Neto.
Os primeiros reparos no terreno que margeia a PE-016, em Camaragibe, e chega até o bairro da Mumbeca, em Paulista, foram custeados com recursos, justamente, advindos da primeira e tímida campanha, lançada ainda em agosto. Ex-presidente do Santa Cruz e membro da Patrimonial, João Caixero publicou o livro Santa Cruz de Corpo e Alma, ao preço de R$ 1 mil. A promessa é que todo o dinheiro arrecadado seja destinado ao CT.
“As verbas iniciais utilizadas para a limpeza geral do terreno, demolição de casas e retiradas de metralhas foram recursos orçamentários da Comissão. As verbas deste início são provenientes da venda do livro”, explicou Antônio Luiz Neto.
Estrutura e valores
O valor inicial estimado para a construção do centro treinamento está na casa dos R$ 2,5 milhões. Para erguê-lo por completo, a previsão é que um total de R$ 5 milhões seja gasto. O projeto final conta com três campos oficiais, quatro unidades funcionais (administrativa, médica, esportiva e alojamento), 55 quartos - sendo 23 para atletas profissionais e 32 para as categorias de base.
Comprado em março de 2012 com parte da verba da venda do atacante Gilberto ao Internacional, o terreno tem dez hectares, mas oito estão inativos porque é área de preservação de Mata Atlântica. A área que vai receber as primeiras obras é de 3.540 metros quadrados. A conclusão da obra foi uma das promessas não cumpridas pelo presidente Alírio Moraes no começo de sua gestão, no ano passado. O mandatário pretendia terminar 2015 com o CT pronto, porém a adminstração do Executivo esbarrou em dificuldades financeiras que impediram o avanço do projeto.