Grafite diz que está desmotivado para buscar artilharia da Série A após tragédia com a Chape

Para Grafite, o futebol perdeu o sentido neste ano. O acidente aéreo que vitimou a delegação da Chapecoense, dirigentes e jornalistas mexeu com o atacante do Santa Cruz. O veterano de 37 anos se diz sem ânimo até mesmo para brigar pela artilharia da Série A do Brasileiro na última rodada da competição, marcada agora para 11 de dezembro.

Após o dois gols que fez na goleada por 5 a 1 sobre o Grêmio, Grafite chegou aos 13 gols, encostou em Fred (do Atlético-MG, com 14) e chegou a dizer que a conquista da artilharia seria um alento para ele e também para o Santa Cruz, rebaixado. Mas a tragédia fez o atacante se desapegar de qualquer tipo de meta pessoal.

"No meu entender, em 2016 não existe mais clima para jogar futebol. É difícil pensar em meta, objetivos. Tudo fica inválido. Fica difícil até ser artilheiro, buscar isso, aquilo", declarou. Para enfrentar o São Paulo, no Pacaembu, no fechamento do campeonato, Grafite só entrará em campo pelo profissionalismo.

"Sei que existem jogos importantes que vão definir muita coisa. Vamos no intuito do nosso profissionalismo realizar este jogo e terminar de forma honrosa, até porque os nossos companheiros que não estão mais aqui entre nós, onde quer que estejam agora, queriam que terminássemos da melhor forma possível", ponderou.

Além de goleador da Série A, Grafite pode igualar feito de Ramón pelo clube, único artilheiro do Santa Cruz na história do Brasileirão, cujo feito foi conseguido em 1973. Tem a chance de ser ainda o segundo jogador coral a mais balançar as redes numa única edição do campeonato nacional. O experiente centroavante só espera que o tempo seja capaz de cicatrizar as feridas abertas por causa da tragédia na Colômbia. "Talvez até lá o ânimo esteja melhor", pontuou.