Santa Cruz

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Sem dinheiro e com rotina de atrasos, Santa Cruz vai conviver com dificuldade em renovações

Jadson, João Paulo e Keno já estão acertados com outros clubes, mas a permanência de nomes de menor destaque também não será simples para a diretoria do clube coral

postado em 23/11/2016 08:50 / atualizado em 23/11/2016 16:40

Antônio Melcop/Santa Cruz
O Santa Cruz não vai encontrar facilidade para renovar contrato com a base do seu elenco para 2017. O corte no orçamento para a temporada na Segunda Divisão é o principal dificultador para a manutenção de jogadores, assim também como a rotina de atrasos de salários, sem data para acabar. Apesar do fracasso do Tricolor na Série A, Keno já tem um pré-contrato assinado com o Palmeiras. Com remunerações altas, João Paulo também tem um acerto encaminhado com o Botafogo. Mas nem mesmo a tarefa de estender vínculo com as peças de menor destaque da equipe será algo simples para a diretoria.

À espera de uma definição mais concreta da receita para o início do ano que vem, o clube tem expectativa de uma redução da folha salarial de R$ 1,3 milhão para R$ 800 mil. Nomes como Tiago Cardoso e Grafite, que mantêm contrato com o Santa Cruz até o fim da próxima temporada, vão precisar diminuir os seus salários se quiserem permanecer. O atacante já sinalizou que aceitaria a redução. Prestes a se aposentar e com laços fortes com o clube, onde pretende até trabalhar como gerente quando pendurar as chuteiras, no fim de 2017, o veterano é um caso isolado. Diante do cenário de crise, outros atletas dificilmente vão aceitar a diminuição.

Embora com vínculo até junho, Derley já avisou que, caso receba alguma proposta mais vantajosa, pensa em sair do Santa por causa dos atrasos. Antes de terminar o Brasileiro, o meia Wágner, por sua vez, já solicitou a sua rescisão. Jadson encaminhou a sua saída após a competição ao assinar um pré-contrato com a Ponte Preta. Ainda que bem-avaliado por parte da direção, não havia dinheiro para a sua renovação. A diretoria coral teria que desembolsar R$ 11 milhões, porque a Udinese-ITA, detentor dos direitos econômicos do atleta, não permitia um reempréstimo.

Até mesmo o prata da casa Marcílio, que jogou só cinco partidas na Série A, quer deixar o Arruda para ter mais oportunidades. Com uma sondagem do sul-coreano Seongnam FC, além de uma proposta do Tigre, do Rio de Janeiro, o meia sinalizou não deve iniciar a próxima temporada no elenco. Peças mais caras, a exemplo de Uillian Correia e Pisano, já são dadas como descartadas nos bastidores. Léo Moura está na mira de outros clubes, e o Santa precisaria apresentar uma oferta tentadora para seguir contando com os serviços dele. Os esforços vão se concentrar, basicamente, nas renovações dos zagueiros Danny Morais, Neris e Luan Peres.  

Interino

O interino Adriano Teixeira compreende que a permanência de muitas peças não deve acontecer. Mas defende a manutenção da maioria dos jogadores 2017. Vende essa ideia para a direção. “A oxigenação não pode ser geral. Tem que deixar alguns para manter a base e começar a se fortalecer com novos valores. Não adianta começar do zero porque isso é muito prejudicial”, declarou.