SANTA CRUZ
Reação do Fluminense, em 2009, pode inspirar o Santa Cruz para escapar do rebaixamento
Flu foi único que terminou 24ª rodada em buraco tão fundo quanto o que está hoje os corais e escapou do Z4; Timbu, em 2007, também é exemplo de reabilitação
postado em 13/09/2016 08:00 / atualizado em 13/09/2016 08:28
A história demonstra que a consumação do rebaixamento do Santa Cruz está mesmo por um fio. A situação crítica na tabela da Série A, agravada pela derrota para o Sport no último clássico, tornou uma reação ainda mais difícil. No Brasileirão no modelo de pontos corridos, vigente desde 2006, apenas um clube que chegou até esta 24ª rodada em buraco tão profundo quanto está o time pernambucano escapou do Z4 ao fim do campeonato: o Fluminense, em 2009 - cuja campanha serve sempre como parâmetro de salvação para os ameaçados pela queda. Um ponto fora da curva e com a ressalva de o elenco carioca estar bem à frente tecnicamente do atual grupo coral. O exemplo para os comandados do técnico Doriva insurgirem acaba vindo de mais perto. Do rival Náutico, em 2007.
Há sete anos, o Flu terminou a 24ª rodada na lanterna e com 18 pontos, dois a menos que o Santa tem hoje no Brasileiro e com a mesma diferença de sete pontos para o primeiro time fora da zona de rebaixamento - na ocasião, diga-se, o próprio Náutico. Só depois de mais três jogos é que os atletas do até então técnico Cuca iniciaram uma série invicta de 11 partidas no sprint final do campeonato (sete vitórias e quatro empates), estabelecendo um aproveitamento de campeão de 75,7% que o fizeram permanecer na elite.
O Santa Cruz, por sua vez, precisa conquistar 61,9% dos pontos para escapar da queda, números apenas inferiores aos do primeiro e segundo colocados desta edição do Brasileiro: Palmeiras (65,3%) e Flamengo (63,9%). Espelhar-se no Fluminense poderia ser um caminho para manter vivas as esperanças sobre um futuro melhor. Entretanto, com uma equipe que depende de lampejos de peças pontuais como João Paulo, Keno e eventuais gols de Bruno Moraes, que substitui um Grafite em má fase, é complicado imaginar um desfecho semelhante ao do time do Rio de Janeiro, em 2009.
Até porque, o elenco do Flu contava à época com nomes como Conca e Fred. O Tricolor Pernambucano, de quebra, sequer tem agora muita perspectiva de melhora. Encontra problemas para fazer novas contratações (tem só até sexta-feira como prazo final para se reforçar, conforme norma da CBF) por causa de problemas financeiros e de mercado. Sem dinheiro em caixa, com salários atrasados e recebendo negativas de peças que não querem vir para um clube com o rebaixamento encaminhado, se livrar da degola vai ficando a cada dia mais improvável.
O exemplo do Náutico
O exemplo mais próximo dos corais para a fuga do Z4 vem do Náutico, que contando com um plantel igualmente modesto, conseguiu a façanha de sair do grupo dos quatro piores no Brasileiro de 2007 depois de uma sequência invicta. Mas a reação do rival havia começado justamente na 24ª rodada, ao emendar cinco vitórias consecutivas que acabaram colocando-o na zona intermediária da tabela, onde permaneceu até o fim da competição, ou seja, o Santa teria uma rodada a menos para emplacar a sua reabilitação no campeonato. Quando o Timbu começou a se reerguer, possuía 21 pontos (um a mais que o Santa, hoje), mas com a mesma distância de sete pontos para o 16º lugar.
Campanhas iguais ou piores que a do Santa Cruz até a 24ª rodada:
2006
Santa Cruz: 18 pontos
2007
América-RN: 10 pontos
2009
Sport: 20 pontos
Fluminense: 18 pontos
2010
Grêmio Barueri: 17 pontos
2011
América-MG: 19 pontos
2012
Palmeiras: 20 pontos
Atlético-GO: 17 pontos
2013
Náutico: 14 pontos
2014
Vasco: 16 pontos
*Em 2015 e 2008, não houve times com 20 ou menos pontos até a 24ª rodada
As zonas de rebaixamento no fim de cada turno da Série A:
2006
Ponte Preta (39), Fortaleza (38), São Caetano (36) e Santa Cruz (28).
2007
Corinthians (44), Juventude (41), Paraná (41) e América-RN (17).
2008
Figueirense (44), Vasco (40), Portuguesa (38) e Ipatinga (35).
2009
Coritiba (45), Santo André (41), Náutico (38) e Sport (31).
2010
Vitória (42), Guarani (37), Goiás (33) e Barueri (28).
2011
Atlético-PR (41), Ceará (39), América-MG (37) e Avaí (31).
2012
Sport (41), Palmeiras (34), Atlético-GO (30) e Figueirense (30).
2013
Portuguesa (44), Vasco (44), Ponte Preta (37) e Náutico (20).
2014
Vitória (38), Bahia (37), Botafogo (34) e Criciúma (32)
2015
Avaí (42), Vasco (41), Goiás (38) e Joinville (31)
Há sete anos, o Flu terminou a 24ª rodada na lanterna e com 18 pontos, dois a menos que o Santa tem hoje no Brasileiro e com a mesma diferença de sete pontos para o primeiro time fora da zona de rebaixamento - na ocasião, diga-se, o próprio Náutico. Só depois de mais três jogos é que os atletas do até então técnico Cuca iniciaram uma série invicta de 11 partidas no sprint final do campeonato (sete vitórias e quatro empates), estabelecendo um aproveitamento de campeão de 75,7% que o fizeram permanecer na elite.
O Santa Cruz, por sua vez, precisa conquistar 61,9% dos pontos para escapar da queda, números apenas inferiores aos do primeiro e segundo colocados desta edição do Brasileiro: Palmeiras (65,3%) e Flamengo (63,9%). Espelhar-se no Fluminense poderia ser um caminho para manter vivas as esperanças sobre um futuro melhor. Entretanto, com uma equipe que depende de lampejos de peças pontuais como João Paulo, Keno e eventuais gols de Bruno Moraes, que substitui um Grafite em má fase, é complicado imaginar um desfecho semelhante ao do time do Rio de Janeiro, em 2009.
Até porque, o elenco do Flu contava à época com nomes como Conca e Fred. O Tricolor Pernambucano, de quebra, sequer tem agora muita perspectiva de melhora. Encontra problemas para fazer novas contratações (tem só até sexta-feira como prazo final para se reforçar, conforme norma da CBF) por causa de problemas financeiros e de mercado. Sem dinheiro em caixa, com salários atrasados e recebendo negativas de peças que não querem vir para um clube com o rebaixamento encaminhado, se livrar da degola vai ficando a cada dia mais improvável.
O exemplo do Náutico
O exemplo mais próximo dos corais para a fuga do Z4 vem do Náutico, que contando com um plantel igualmente modesto, conseguiu a façanha de sair do grupo dos quatro piores no Brasileiro de 2007 depois de uma sequência invicta. Mas a reação do rival havia começado justamente na 24ª rodada, ao emendar cinco vitórias consecutivas que acabaram colocando-o na zona intermediária da tabela, onde permaneceu até o fim da competição, ou seja, o Santa teria uma rodada a menos para emplacar a sua reabilitação no campeonato. Quando o Timbu começou a se reerguer, possuía 21 pontos (um a mais que o Santa, hoje), mas com a mesma distância de sete pontos para o 16º lugar.
Campanhas iguais ou piores que a do Santa Cruz até a 24ª rodada:
2006
Santa Cruz: 18 pontos
2007
América-RN: 10 pontos
2009
Sport: 20 pontos
Fluminense: 18 pontos
2010
Grêmio Barueri: 17 pontos
2011
América-MG: 19 pontos
2012
Palmeiras: 20 pontos
Atlético-GO: 17 pontos
2013
Náutico: 14 pontos
2014
Vasco: 16 pontos
*Em 2015 e 2008, não houve times com 20 ou menos pontos até a 24ª rodada
As zonas de rebaixamento no fim de cada turno da Série A:
2006
Ponte Preta (39), Fortaleza (38), São Caetano (36) e Santa Cruz (28).
2007
Corinthians (44), Juventude (41), Paraná (41) e América-RN (17).
2008
Figueirense (44), Vasco (40), Portuguesa (38) e Ipatinga (35).
2009
Coritiba (45), Santo André (41), Náutico (38) e Sport (31).
2010
Vitória (42), Guarani (37), Goiás (33) e Barueri (28).
2011
Atlético-PR (41), Ceará (39), América-MG (37) e Avaí (31).
2012
Sport (41), Palmeiras (34), Atlético-GO (30) e Figueirense (30).
2013
Portuguesa (44), Vasco (44), Ponte Preta (37) e Náutico (20).
2014
Vitória (38), Bahia (37), Botafogo (34) e Criciúma (32)
2015
Avaí (42), Vasco (41), Goiás (38) e Joinville (31)