SÉRIE A
Frutos da escola portuguesa de técnicos, Paulo Bento e Milton Mendes voltam a se encontrar
Nos comandos de Cruzeiro e Santa Cruz, treinadores já foram adversários quando eram jogadores na Europa; como comandantes, adotam estilo exigente nos trabalhos
postado em 24/05/2016 13:25 / atualizado em 24/05/2016 13:30

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Antes de pisarem no Arruda nesta quarta-feira, os caminhos de Paulo Bento e Milton Mendes se cruzaram anos atrás quando ainda eram atletas. Em Portugal, os dois se enfrentam algumas vezes. Milton como lateral e volante. Paulo como meia. “Eu não tenho amizade com Paulo Bento, mas joguei algumas vezes contra ele. Acho que ele é um excelente treinador. Treinou o Sporting, a Seleção Portuguesa. É um treinador que está chegando no Brasil e está demonstrando seu conhecimento em uma grande equipe. Acho ele um treinador muito bom, um treinador da escola portuguesa, que é a mesma da minha”, avaliou o comandante coral.
Paulo Bento está apenas no segundo jogo no comando do Cruzeiro. O clube celeste o trouxe de volta ao futebol após quase dois anos de intervalo para estudos. O ex-meia tem no currículo apenas outros dois trabalhos como técnico. Dirigiu o Sporting Lisboa entre 2005 e 2009, tempo em que conquistou duas Taças de Portugal e ajudou a lapidar atletas como Nani, ex-Manchester United, e João Moutinho, atualmente no Monaco.
O ápice da carreira foi quando esteve no comando da Seleção Portuguesa na disputa da Eurocopa de 2012, onde foi eliminado pela Espanha na semifinal da competição, e na Copa do Mundo de 2014, quando não conseguiu passar da primeira fase.
Milton Mendes, por sua vez, tem uma ligação estreita com o futebol de Portugal. Portador do certificado máximo de treinadores da Uefa, fez estágio com José Mourinho e começou a carreira, em 2001, no próprio país luso. Passou pelo Machico, esteve no Bom Sucesso e também comandou o Marítimo. Ficou por lá oito anos como treinador além do período como atleta.
A origem teórica dos dois treinadores faz com o que o sistema de trabalho seja também parecido. Costumam cobrar muito comprometimento dos jogadores nos trabalhos diários. Inclusive, fazem uma movimentação até no dias dos jogos. Em campo, apostam em um time mais compactado, com pouco espaço entre os setores, em que o trabalho coletivo se sobrepõe ao individual.
“Acho que a formação teórica é tão importante quanto à prática. Quem conseguir aliar essas duas formas de trabalhar está muito à frente. A escola portuguesa ela pauta muito pela organização da equipe. Ela preza sempre por aqueles momentos que sempre falamos: a organização defensiva, as transições, as bolas paradas, os momentos ofensivos. Enfim, ela tem aparecido no cenário mundial porque ela é muito exigente como é a inglesa, a holandesa. Considero que a formação acadêmica é muito importante para o treinador”, declarou o treinador coral.