Sócio em dia com o Santa Cruz é barrado em jogo com o Central e reclama de tratamento do clube

O Santa Cruz lançou em janeiro uma nova e audaciosa campanha de sócios, com a intenção de diminuir a inadimplência e chegar ao número de 20 mil associados. Para isso, lançou mão de diversas ferramentas. Mas parece ter esquecido da principal delas: o bom tratamento aos sócios. No último jogo do time, domingo, contra o Central, no Arruda, o clube perdeu um sócio. O torcedor Marcony Lacerda rasgou o seu cartão em pleno setor de arrecadação da sede. E avisou: não volta mais ao quadro de associados.

Marcony sequer assistiu ao jogo com o Central, após ser maltratado na entrada do estádio. Sócio da categoria master, que é anterior à atual campanha, ele foi impedido de entrar no Arruda, mesmo estando em dia e com o comprovante de pagamento da mensalidade no valor de R$ 100 em mãos. Após ser barrado na catraca, onde sempre passou sem problemas, foi até o setor de arrecadação, onde foi informado de que nada poderia ser feito para resolver seu problema. “Lá mesmo, na frente de todo mundo, rasguei meu cartão de sócio”, contou o torcedor.

A justificativa do clube a Marcony foi de que sua categoria foi extinta e que ele, que até então tinha o direito de entrar em todos os jogos sem ter que comprar ingresso, não teria mais acesso ao Arruda. “Parecia que eu ‘tava’ adivinhando. Levei o comprovante de pagamento comigo e mostrei lá. Foi pago no dia 12 (de março). Fui até o setor de arrecadação e após esperar na fila, uma pessoa me disse que não poderia fazer nada”, disse o torcedor.

Marcony não foi autorizado a entrar no Arruda e se recusou a comprar um ingresso de arquibancada. Voltou para casa de táxi, com uma certeza: não volta a ser sócio do clube nunca mais. “O problema é o tratamento que se dá ao sócio. O que deveria ter acontecido, era que, vendo a mensalidade paga, a situação fosse revista. Ou então que se trouxesse outra proposta de sócio. Além disso, não fui comunicado em nenhum momento que minha categoria não era mais válida. Mas boleto eles sabem mandar. Um absurdo”, afirmou o torcedor.

O CLUBE

O Superesportes levou a questão ao Santa Cruz. O relato do torcedor foi repassado ao coordenador da campanha de sócios do clube, Dênis Oliveira. Ele esclareceu alguns pontos, como o boleto pago por Marcony. Segundo ele, esses boletos foram emitidos ano passado e não poderiam ser invalidados. “O que estamos fazendo é orientar os torcedores, transferindo o que já foi pago como crédito em mensalidades de outros planos ou em créditos de ingressos”, explicou.

Dênis afirmou que 17 casos de torcedores do plano master foram atendidos no dia do jogo com o Central e que todos tiveram acesso ao estádio. O de Marcony não chegou a ele ou à supervisora responsável por esta área no clube. “Eu mesmo atendi oum pessoalmente, que já tinha feito um acordo e entrou normalmente. Infelizmente, esse caso não foi levado a mim para que fosse resolvido”, contou Dênis.

O coordenador do programa solicitou à reportagem o contato de Marcony para que ele fosse ouvido pelo clube. Após o contato, o dirigente voltou a procurar o Superesportes, explicando que ouviu o relato do torcedor e que providências serão tomadas. “Ele relatou que ouviu da atendente que nada podia fazer e essa frase não existe no nosso atendimento. Isso me surpreendeu e não poderia ter acontecido. Infelizmente, ele não quis revelar qual guichê foi atendido para que pudéssemos tomar alguma providência. Mas vou levar o caso dele para o presidente, que deve procurá-lo”, informou Dênis.

POSIÇÃO MANTIDA
Procurado pela reportagem após o contato com o Santa Cruz, Marcony disse que agradeceu o contato, mas que mantém sua posição: não volta a ser sócio do clube. “Disse à moça que me ligou. Agradeço o contato, mas vou passar longe da sede por um bom tempo”, contou o torcedor.