Santa Cruz

SANTA CRUZ

De chegada ao Santa Cruz, Ricardinho tenta se afirmar como técnico após carreira como atleta

Em campo, ex-meia chegou a título mundial com o Corinthians e com o Brasil

RODRIGO VILLALBA/FUTURA PRESS
Como jogador, Ricardinho colecionou títulos por onde passou. Foi campeão brasileiro três vezes, uma da Copa do Brasil e conquistou os campeonatos paulista, mineiro e paranaense. Mundiais, foram dois. O de clubes, com o Corinthians, em 2000. E a maior glória do futebol: a Copa do Mundo, pela Seleção do penta em 2002. Porém, mais do que todos os títulos de seu rico currículo, o paulistano Ricardo Luís Pozzi Rodrigues teve sua carreira marcada pela fama de “traíra”, pecha que teria sido atribuída pelo polêmico Marcelinho Carioca, e a imagem negativa de sua transferência para o São Paulo. Chegando a seu quarto ano como treinador, Ricardinho assume o Santa Cruz ainda em busca de reconhecimento na função.

Revelado pelo Paraná, onde foi tricampeão estadual, Ricardinho viveu seu apogeu no Corinthians, onde jogou entre 1998 (ao retornar de experiência no Bordeaux, da França) e 2002. Pelo Timão, conheceu a glória - Mundial de clubes, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil - e o calvário do futebol. Foi no alvinegro que o meia passou por duas das experiências mais marcantes em sua trajetória como atleta.

Em 2001, um imbróglio no elenco corinhtiano gerou um racha interno. Ricardinho foi acusado de denunciar companheiros ao treinador Vanderlei Luxemburgo. Marcelinho Carioca, que foi afastado do grupo antes de deixar o clube, teria sido o autor do apelido que se tornou mancha indelével: traíra. No ano seguinte, o meia trocou o Timão pelo São Paulo. Transação polêmica, em que o atleta foi acusado de ser “mercenário” pela Fiel. Foi em 2002, também, que foi pentacampeão do Mundo.

Personalidade forte
Ricardinho sempre foi um desportista esclarecido, de forte personalidade. É por essa razão, inclusive, que o atual treinador atribui a rejeição que tinha entre tantos ex-companheiros, já que não fazia o perfil do “boleiro”. E foi de forma audaz que deu início à carreira de treinador. No início de 2012, Ricardinho ainda tinha contrato de jogador com o Bahia, quando aceitou o desafio de comandar o Paraná, clube que o revelou para o futebol. Detalhe: o tricolor paranaense se encontrava na segunda divisão estadual.

Ele recolocou o time na elite estadual e deixou a equipe bem encaminhada na Série B daquele ano, quando pediu demissão ao fim de 25 rodadas, com 42% de aproveitamento. Sua saída, na ocasião, ocorreu por falta de recursos financeiros do clube para reforçar a equipe.

Desde então, Ricardinho tem encontrado dificuldade para se firmar. Em 2013, comandou o Ceará, onde ficou até março, demitido após eliminação na Copa do Nordeste e maus resultados no Cearense. Na sequência, assumiu o Avaí, mas permaneceu apenas até junho. Ficou sem treinar nenum clube por mais de um ano, quando retornou ao Paraná, em setembro. Antes disso, chegou a acertar com a Ponte Preta, porém foi preterido sequer comandar o time (a Macaca contratou Guto Ferreira e desfez o acordo com Ricardinho).

Em sua última passagem pelo Paraná, cumpriu a missão mínima. Manteve o clube na Série B, terminando a competição na 11ª colocação, com 51 pontos (atrás do Santa Cruz, mas à frente do Náutico).

Ricardinho
Nome: Ricardo Luís Pozzi Rodrigues
Data de nasc.: 23 de maio de 1976
Local de nasc.: São Paulo-SP
Clubes onde jogou: Paraná; Bordeaux; Corinthians; São Paulo; Middlesbrough; Santos; Corinthians; Besiktas; Al-Rayyan; Atlético-MG; Bahia
Títulos como jogador: Copa do Mundo (2002); Mundial de Clubes (2000); Campeonato Brasileiro (1998, 1999 e 2004); Copa do Brasil (2002); Campeonato Paulista (1999 e 2001); Campeonato Mineiro (2010); Campeonato Paranaense (1995, 1996 e 1997)
Clubes que treinou: Paraná; Ceará; Avaí
Título como treinador: Campeonato Paranaense da Divisão de Acesso (2012)