Salgueiro chega ao Recife com antecedência para amenizar cansaço e sentir clima da decisão

O relógio marcava 21h15 quando o ônibus que trouxe a delegação do Salgueiro parava em frente a um hotel no bairro de Boa Viagem. A hospedagem quatro estrelas, longe da praia, foi o ponto final de uma viagem que começou às 14h e contou com um pequeno contratempo: na altura de Serra Talhada, um pneu do veículo baixou. O motorista foi rápido na ação e em 30 minutos o Carcará voltava á estrada rumo ao capítulo mais importante da sua história. Domingo, no Arruda, a equipe sertaneja disputa o jogo final da decisão do Campeonato Pernambucano, contra o Santa Cruz, após empate em 0 a 0 no primeiro encontro.

Depois de uma cansativa viagem com duração de mais de sete horas, o elenco desce rápido do ônibus e entrou no hotel. O técnico Sérgio China foi um dos primeiros a sair. Um boa noite à reportagem e passos largos para o saguão. O goleiro Luciano parou para uma entrevista. Nada demorado. O cansaço da viagem estava batendo. Questionado se já estava acostumado às longas jornadas, ele é sincero. "Acostumar, a gente nunca acostuma. Viaja porque não tem outro jeito", conta.

Vir à capital não tem sido problema para o Salgueiro este ano. Na atual temporada, o Carcará tem apenas uma derrota - 3 a 1 para o Sport. Fora isso, empatou três vezes e venceu uma. A única vitória, por sina, foi sobre o Santa Cruz. "Não tem sido problema porque a nossa equipe está muito bem entrosada", opina Luciano, que ressalta, também, a importância de chegar com antecedência ao Recife. "É importante porque a gente tem tempo para descansar. Além disso, já treinamos aqui e sentimos o clima da final", completa.

Experiente, com bastante tempo de casa - são dez anos de Salgueiro -, Luciano orienta os companheiros. E a mensagem que ele tem para passar para eles é de confiança. E consciência do momento histórico que estão protagonizando. "Estamos passando por um momento especial. Temos que aproveitar a oportunidade. Estamos com uma responsabilidade grande nas mãos. Em 100 anos, nunca uma equipe do interior chegou à final", afirma o goleiro, que pede, acima de tudo, tranquilidade. "Precisamos ter calma. É isso o que eu mais tenho falado para eles".