A partida entre Náutico e Paysandu, que culminou com o acesso alvirrubro para a Série B do Campeonato Brasileiro de 2020, pode estar longe de terminar. Isso porque o clube paraense irá entrar nesta terça-feira com um pedido no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para tentar anular a partida por conta do pênalti marcado a favor do time pernambucano nos acréscimos do segundo tempo. A alegação é que a marcação do árbitro Leandro Pedro Vuaden foi um erro de direito, não de interpretação.
A informação foi revelada pelo presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul, ao canal Fox Sport na noite desta segunda-feira. “A primeira medida foi inverter a viagem que faria de volta à Belém e vim direto ao Rio de Janeiro, onde passei o dia de hoje (segunda-feira) com uma pauta focada com escritórios e especialistas nessa área para que a gente possa dar entrar com pedido de impugnação da partida, apoiado na legislação do campeonato. Temos um prazo de 48 horas desse pedido de impugnação e nós faremos o pedido certamente amanhã (hoje, terça-feira). E nós esperamos que o STJD seja coerente e aceite a impugnação para que haja um julgamento que seja capaz de reverter essa verdadeira injustiça que aconteceu nos Aflitos”, revelou.
Ainda segundo Ricardo Gluck Paul, o pênalti marcado por Vuaden foi um erro de direito, não de interpretação. “O ponto principal foi o erro de direito que aconteceu no jogo. O pênalti foi marcado faltando 40 segundos para acabar o jogo. Um pênalti marcado na bacia das almas, porque injustamente foi marcado 5 minutos de acréscimos, num segundo tempo que teve dois gols e nenhuma expulsão. Nada que justificasse 5 minutos de acréscimos. Num lance onde o árbitro está no máximo a um metro do evento que originou o pênalti. E um pênalti esdrúxulo difícil de marcar. A gente não sabe nem o que ele quis marcar. Bola na mão? Qual foi a justificava? Quando se tem dois companheiros do mesmo time atuando numa situação dessa, quando a bola vai na direção do companheiro, não há infração. Isso é uma questão de princípio de arbitragem. Nesse ponto, no que vamos nos apoiar para anular a partida, é que não houve um erro de fato. Um erro de fato é quando há o direito de interpretação, quando um jogador estava com o pé na linha, houve a intenção ou não houve, a carga foi suficiente para derrubar o adversário... Nesse caso não há o que interpretar. É um caso absolutamente absurdo”, esbravejou.
Ainda segundo ele, em conversa com Leonardo Gaciba, chefe de arbitragem da CBF, o mesmo concordou em que houve um erro na marcação. “Ontem mesmo conversei com o Gaciba, que é o chefe de arbitragem nacional, e ele também reconhece que quando tem uma situação dessa, do companheiro, não há infração. Então se não infração, não tem o que interpretar. E se você não tem o que interpretar, é um erro de direito e não um erro de fato. E quando há o erro de direito, você tem o direito de solicitar a anulação da partida”, finalizou.
O Superesportes procurou o vice-presidente de futebol do Náutico, Diógenes Braga, para comentar o assunto. O dirigente comentou o pênalti não marcado sobre Jean Carlos no segundo tempo e também lembrou o pênalti a favor do Paysandu contra o São José, em lance muito parecido com o que aconteceu nos Aflitos. “O Náutico recebe essa informação comemorando muito o seu acesso, que foi conquistado com uma grande campanha. Se é para anular o jogo por esse lance, então a gente questiona também o pênalti em Jean Carlos. E eu pergunto também que anule o jogo deles com o São José lá no Rio Grande do Sul, que deu um ponto fundamental para a classificação deles. Que é um lance praticamente ao nosso. Pergunta se eles vão querer anular também esse jogo", relatou.
"Estamos absolutamente tranquilo em relação a isso. Nosso acesso foi conquistado dentro de campo", finalizou.