Ainda sem resolução, o imbróglio entre Náutico e Flamengo pelo pagamento das parcelas restantes da negociação que levou o atacante Thiago ao clube carioca foi abordado pelo vice-presidente do Timbu, Diógenes Braga. Em entrevista concedida ao jornalista Jorge Nicola, o dirigente alvirrubro esclareceu que os pernambucanos ainda têm três parcelas de 250 mil euros (R$ 1,530 milhão pela cotação atual) a receber e que a primeira delas teria vencido no dia 1º abril, quando a cúpula do Urubu já havia entrado em contato para viabilizar o adiamento.
"Antes da parcela vencer eles nos procuraram e colocaram que estavam com dificuldades no fluxo de caixa e que precisavam prorrogar as datas. A partir daí se iniciou uma conversa nesse sentido. Inicialmente, a postura do Flamengo foi de prorrogar as datas e nós dissemos que não poderíamos simplesmente prorrogá-las, pela nossa condição e pelo que representava para nós esse dinheiro", explicou Diógenes.
O dirigente ainda fez questão de salientar que os recursos provenientes dessa negociação seriam fundamentais para o equilíbrio financeiro do Náutico, pois seria um incremento nos cofres do clube que é maior do que a cota paga pela televisão pelos direitos de transmissão da Série B do Campeonato Brasileiro.
"Se você pega esse 1,3 milhão de euros e os projeta, claro que sabemos que varia de acordo com o câmbio, daria hoje mais de R$ 7 milhões (pela cotação atual R$ 7,95 milhões). Se você vê que a cota da Série B é de R$ 6 milhões, realmente nos faz falta. A primeira parcela de 250 mil euros foi paga no ato. Nós temos ainda mais três parcelas a receber, pois a última é do atleta, referente ao seu percentual dos direitos. Então, esse pagamento deveria ser feito de forma bimestral em 1º de abril, 1º de junho e 1º de agosto”, lembrou.
Diógenes ainda apontou que os dois clubes têm negociado para que se encontre uma solução que agrade a ambas as partes, uma vez que a ausência de pagamentos prejudica demais o fluxo de caixa do Timbu, que já contou com queda na verba de patrocinadores, evasão e inadimplência de sócios e que tem um prejuízo estimado para os dois primeiros meses de interrupção das atividades de mais de R$ 1 milhão.
"Tínhamos conversado para que se pudesse fazer o meio-termo dessa situação, para que possamos receber ao menos uma parte desse dinheiro, pois, do contrário, haverá uma grande complicação no nosso fluxo. O Flamengo tem sido atencioso e sincero conosco nesta situação, mas nós temos colocado que não temos a condição de simplesmente abrir mão dessa quantia e que precisamos receber pelo menos parte disso e negociar as outras partes em outros prazos, mas que não podemos deixar de receber na totalidade, pois pode comprometer completamente o nosso fluxo", finalizou.