Mesmo sem jogos e treinamentos, os clubes brasileiros têm se articulado para buscar soluções de modo a minimizar a crise causada pela pandemia do coronavírus. Uma destas pautas têm sido a possibilidade da venda dos direitos de transmissão internacionais das três principais divisões do futebol nacional. A proposta inicial seria uma divisão de 75% para as equipes da Série A, 20% da Série B e 5% para os times da Terceira Divisão, algo que não agradou os clubes como o Timbu, recém-promovido à Série B. E que por isso, os representantes das 20 agremiações devem entregar ainda nesta quinta-feira um documento com solicitações ao órgão organizador do futebol nacional.
"A proposta dos clubes da Série B não foi essa. A nossa ideia era que fossem destinados 70% para a Série A, 25% para a Série B e 5% para a C. Ainda estamos discutindo e o martelo só pode ser batido quando os clubes da Série B concordarem, pois ano que vem serão quatro times da Segunda Divisão na Primeira e por isso tem que haver a anuência dos times da B. Ainda não está completamente fechado. Será entregue uma carta à CBF feita pelos times da Série B. Temos feito diversas vídeo-conferências e definimos que iremos entregar um documento com os nossos pedidos."
"Um deles é este, mas com estes percentuais e ainda existe um plus que a televisão irá dar aos clubes da Série B e estamos pedindo que se antecipe esse acréscimo sem a cobrança de juros. Tem alguns outros pedidos que eu não poderei revelar, apenas quando o documento for entregue à CBF e ao presidente Rogério Caboclo", explicou o presidente alvirrubro, Edno Melo, em entrevista à Rádio Jornal.
Outros fatores que têm atrapalhado às negociações para a resolução dos problemas, de acordo com o mandatário Timbu, são os desacordos entre os times da Série A. Se entre os clubes da Segunda Fivisão há um bloco consolidado e coeso, que se reúne corriqueiramente para discutir seus interesses, as 20 agremiações da elite não conseguem chegar a denominadores comuns para a resolução de problemas.
"O que eu vejo nas reuniões em que tenho participado é que há bastante união dos clubes da Série B. Já na Série A vejo um contexto diferente, tem muita vaidade, um querendo demonstrar que é maior que o outro e eu vejo que as reuniões não evoluem muito quanto estão os clubes das duas divisões juntos. Todos propuseram colocar os dez dias a mais de férias e apenas o Flamengo disse que não faria e que vai esperar o retorno das atividades o mais rápido possível. Eu acredito que o futebol não voltará antes de junho. Inclusive, acho temeroso o retorno pela condição em que se encontra o país."
"Por mais que se seja contra uma opinião, se ela valoriza o bem comum deve ser pensada, e na Série B nós conseguimos fazer isso e dividir essas situações. Na Série A, não se consegue fazer isso. Lá é cada um que puxe para o seu lado e, muitas vezes, acabam sem resolver os problemas para demonstrar o poder do clube em não se envolver no futebol como um todo", apontou.