A preparação do ano de 2020 no Náutico começou no dia 2 de dezembro do ano passado, quando começou o trabalho de pré-temporada para que os atletas estivessem bem preparados para a maratona de competições que seria disputada. Porém, com pouco mais de três meses, o acúmulo de lesões musculares e as três lesões graves dos atacantes Álvaro e Matheus Carvalho e do zagueiro Ronaldo Alves, fez com que o trabalho desenvolvido pela preparação física começasse a ser questionado pela torcida.
Por isso, o coordenador da preparação física do clube, Walter Grassman, juntamente com o vice-presidente médico do Náutico, Múcio Vaz deram entrevista coletiva para pontuar que está ocorrendo uma articulação entre departamento médico, fisiologia e preparação física no Timbu de modo a estudar as questões relacionadas a cada atleta com o intuito de minimizar a quantidade de lesões, especialmente as mais graves.
"Conversamos bastante entre os setores. É uma rotina nossa. Mas devido a esse grande número de lesões graves, fizemos um longo encontro desses departamentos. Não serão feitas mudanças essenciais, porque já somos muito detalhistas no trabalho. Porém, vamos trabalhar um pouco mais de força nos atletas e tratar de maneira mais individualizada, caso a caso, para liberar os atletas para os jogos", explicou Grassman sobre o novo protocolo de liberação dos lesionados.
Um dos fatores apontados pela preparação física Timbu é a intensa maratona de jogos. Ao todo, entre a estreia do ano, diante do Sport pelo Estadual e a partida contra o Retrô, no último domingo, o Náutico fez 16 partidas em apenas 49 dias, média aproximada de um jogo a cada três dias. Se levarmos em consideração apenas o período entre 31 de janeiro e 1º de março, datas em que o Alvirrubro teve suas baixas mais graves, a estatística cai para um confronto a cada 69 horas.
“Fizemos cinco jogos em apenas 11 dias, com viagens no meio. Então você tem jogos, viagens, descanso, treinamento, e o atleta tem uma vida fora. Não fica no clube o dia todo. Nos preparamos durante a pré-temporada para isso, mas é natural que essa carga cause algumas lesões Tomamos todo o cuidado. Mesmo assim, temos algumas lesões musculares. Essas podemos minimizar, diminuir, já que podemos prever e mostrar para os atletas que ele tem uma fadiga e que precisa de um descanso. Mas as articulares são mais difíceis, já que normalmente são causadas por traumas (casos de Álvaro, Matheus Carvalho e Ronaldo Alves).”
Grassman ainda defendeu o trabalho de preparação dos atletas que vem sendo desenvolvido no Náutico, principalmente, após a lesão de Ronaldo Alves, que foi uma das principais contratações do clube para o ano e depois de fazer apenas 10 jogos se lesionou gravemente e passará entre seis e oito meses longe dos gramados, tendo retorno esperado apenas na reta final da Série B, competição na qual os alvirrubros vislumbram a briga pelo acesso.
“Preparamos os atletas com a máxima precisão possível. Hoje, o Náutico investe pesado na alimentação, o CT é muito bom, um dos melhores da Série B, o clube prepara um cardápio especial nas viagens, temos uma suplementação extraordinária, a estrutura dá condição a eles de dormirem bem, já que o sono é importante. Temos controlado a carga de treinos", explicou Walter Grassmann.