Pela segunda vez o Náutico escapou de ser punido com perda de mandos de campo pela invasão da torcida após a vitória nos pênaltis sobre o Paysandu que garantiu ao Timbu o retorno à Série B do Campeonato Brasileiro. Nesta quinta-feira, o clube pernambucano foi julgado no pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, por conta do recurso solicitado pela procuradoria do órgão e viu apenas o aumento no valor da multa imposta, que passou de R$ 2 mil, definida no primeiro julgamento, para R$ 12 mil.
Além disso, o Náutico ainda terá que pagar mais R$ 2 mil de multa por objetos atirados no gramado. Para o procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua, o fato da invasão ter sido por uma ocasião festiva não justificaria uma absolvição do clube ou mesmo uma pena mais branda. E alertou para os riscos que a invasão poderia ocasionar.
“Não vamos jogar essa cortina de fumaça e entender que na comemoração de título se possa abrir a porteira e todos entrarem no campo. O fato de não ser uma invasão para confusão não quer dizer que se aplique uma pena irrisória. Isso pode causar o que chamamos de efeito manada, além da possibilidade da invasão da torcida adversária, prejudicar a organização do evento e a segurança dos envolvidos”, afirmou.
Já o advogado alvirrubro Osvaldo Sestário utilizou como defesa o fato do clube estar na Série C e as dificuldades financeiras ocasionadas por isso. Assim, pediu uma multa mais branda. “”Dê-me o fato e eu te dou o direito. Poderia acontecer, mas não morreu ninguém. Numa Série C não há cota de tv. Não se pode comparar com multas aplicadas a clubes da Série A. Temos uma realidade totalmente diversa”, comparou.
O defensor usou ainda a invasão da torcida do Treze no ano passado, após o acesso à Série C, como precedente para uma absolvição do Náutico. “O Treze da Paraíba quando ascendeu houve também invasão de cerca de 1500 pessoas, segundo a polícia. Trata-se de uma comemoração festiva de um clube que luta com dificuldades. Peço que pensem nisso na aplicação do artigo e da pena”, encerrou.
A decisão pelo aumento do valor da multa imposta ao Náutico foi por maioria de votos (3 a 1).