Náutico

NÁUTICO

Prestes a ser aclamado, Edno Melo vê paz política e cita Thiago como fator 'organização'

Protagonizando uma reeleição após mais de uma decáda, presidente enxerga manutenção do prata da casa como mudança de visão em torno do clube

postado em 17/11/2019 14:45 / atualizado em 17/11/2019 15:47

(Foto: Léo Lemos/CNC)
Como esperado, o presidente Edno Melo terá mais dois anos de mandato à frente do Náutico. A reeleição, aliás, é algo que não acontece há mais de uma década - quando Ricardo Valois esteve no comando do executivo de 2004 a 2007. Mas a situação do mandatário, que seguirá tendo como vice Diógenes Braga, é ainda mais expressiva porque não vai haver bate-chapa, uma vez que a situação foi a única inscrita ao pleito, cujo prazo terminou última na quinta-feira.

Prestes a ser aclamado - o pleito será realizado no dia 8 de dezembro paralelamente às eleições do Conselho Deliberativo -, Edno Melo, atendeu a reportagem do Superesportes para abordar justamente este cenário político ameno do alvirrubro, marcado nos últimos anos por alternância entre situação e oposição, além de embates nos bastidores.

E o presidente foi objetivo. Para ele, o momento do clube deve-se à homogeneidade com que vem sendo conduzido recentemente.

“Acho que isso demonstra a união do Náutico. Acho que realmente o Náutico politicamente está pacificado, essa situação de não bater chapa se dá muito a isso. Quem quer ajudar o Náutico, hoje, tem a oportunidade. Não existe nenhuma resistência. Então isso só foi benéfico para o clube”, avaliou.

Edno Melo, claro, cita também como importante os feitos da gestão - nos últimos dois anos o Timbu retornou aos Aflitos, foi campeão pernambucano após 14 anos e conquistou o título da Série C, além de ter atingido a marca de 15 mil sócios - mas volta a bater na tecla do ambiente. 

“A torcida do Náutico é muito gigante. E não poderia estar da forma que estava, dividida, com briga interna. Um clube que se instalou uma dicotomia de bem e mal. Quem era do lado A era do bem, quem era do lado B era do mal. Isso só trouxe malefícios para o clube”, lembrou.

Missão e legado
Com mais um biênio, Edno entende que esse é o principal legado que pode deixar para as próximas gestões. Mais até, inclusive, do que os títulos. “Eu não sou presidente, eu estou presidente. Daqui a dois anos eu vou estar fora da presidência do clube e eu tenho total consciência disso, que a minha missão no Náutico foi essa. Muito mais do que ganhar título”, pontuou.

“O grupo que chegar (projetando gestões futuras), terá a referência, o caminho pavimentado, mostrando que tem que ser feito. O caminho da austeridade, do compromisso, da responsabilidade fiscal. Isso é o mais importante que essa gestão vai deixar: esse sentimento de orgulho resgatado, credibilidade”.

Thiago e ‘organização’
Nos dois últimos anos o Náutico vem exportando jogadores formados no clube que têm tido destaque. Em 2017, Erick fez bons jogos e foi negociado. Em 2018, Jefferson, Robinho e Luiz Henrique foram emprestados, até retornarem este ano e os dois últimos saírem novamente de forma definitiva. Questionado se a manutenção de Thiago, costumeiro alvo de sondagens - na última semana o atacante foi especulado no Flamengo -, seria uma demonstração de força, Edno preferiu um outro adjetivo: organização.

“É uma demonstração de organização, de valorização da base, que o clube está organizado. O clube está gerando frutos. A gente via o Náutico despontar alguns jogadores que sumiam do Náutico. E hoje não. Quem quiser tirar Thiago tem que pagar. Não vai chegar lá e não vai sair de todo jeito”, afirmou.

“E o mercado vê isso. As coisas no futebol reverberam tanto boas como ruins. Vendemos Jobson, Robinho, Bruno, Erick, Luiz Henrique. Quando fazemos negociações bem sucedidas, o mercado começa a olhar para o Náutico diferente. Acho que a manutenção de Thiago é isso”, concluiu.